sábado, 19 de novembro de 2005

Bicentenário da morte de Bocage (1765-1805)

Aos 40 anos a despedida: «Já Bocage não sou...»

Já Bocage não sou! ... À cova escura
Meu astro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento;
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio de razão seguisse pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria.

Outro Aretino fui... A santidade
Manchei - ... Oh! Se me creste gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

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