quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

A propósito de um comment sobre a laicidade de JAMC... JMS respondeu:

"...Considero, na verdade, que o Estado não deve professar qualquer religião nem privilegiar nenhuma em detrimento de outras. Mas deve, por outro lado, dar oportunidade a que todos possam professar livremente a sua fé, inclusive nas escolas e nos locais de trabalho. O Estado não deve ser contra a religião, não deve ver a religião como um inimigo mas deve, tendo em conta critérios de razoabilidade e proporcionalidade, procurar fazer uma integração das diversas religiões....
Dizes ainda que a religião deve ser vivida num plano individual. A minha não é, nem pode ser. A minha religião, a religião católica, só faz sentido se for vivida em comunidade, sem no entanto a impor a ninguém... As coisas já aconteceram e nunca se sabe se podem voltar a suceder. Na 1ª República, com o argumento de que a religião é uma coisa individual, perseguiam-se as manifestações públicas de Fé (nomeadamente as procissões), porque ofendiam aqueles que professavam outra religião ou que não professavam nenhuma. Hoje, felizmente, podem fazer-se procissões livremente, em locais públicos. Será que de futuro, em nome de uma suposta liberdade religiosa, certos grupos de pessoas não se sentirão ofendidas e não quererão proibir este tipo de manifestações?

Penso que a laicidade do Estado, ou seja, da organização político-administrativa de que falas, deve ser entendida de uma forma positiva e não negativa; isto é, em vez de se afastar a religião da vida político-social, dever-se-á criar condições para que todos posam viver e professar livremente a sua religião, individualmente ou em comunidade, isto porque o ser humano é um ser religioso, tal como é um ser social, um ser político… Assim o Estado permitirá que se respeite a liberdade de cada um, sem que ninguém fique ofendido..."


Concordo plenamente!
Não se pode dissociar a Religião do Ser Humano e o ser humano manifesta-se não só a nível individual como a nível social ... E este é de facto o sentido de uma correcta e coerente separação entre o poder temporal e o poder divino!
No caso português, importa ainda atender às raízes históricas e culturais que devem pautar esta divisão.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

Reinserção... quando?

Quando se discute o estado da justiça...
Quando é comum ouvir-se falar em penas alternativas, medidas de reinserção...:
A reinserção social só faz sentido ou só começa quando o delinquente assume a responsabilidade do delito, caso contrário a sua importância é diminuta. Apesar de aparentemente paradoxal, a reinserção tem que ser um acto consciente e livre.
(Foi esta a aconclusão a que cheguei quando assisti a um conferência subordinada a este assunto)

FELIZ NATAL

"O Suave Milagre"

"...E, então, o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar de uma asa, pediu a mãe que lhe trouxesse esse Rabi, que amava as criancinhas ainda as mais pobres, sarava os males ainda mais antigos. A mãe apertou a cabeça esguedelhada:- Oh, filho! E como queres que eu te deixe, e me meta aos caminhos, à procura do Rabi da Galiléia? Obede é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por areias e colinas, desde Corazim até ao país de Moabe. Séptimo é forte, e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde o Hébron até ao mar! Como queres que te deixe? Jesus anda por muito longe e a nossa dor mora connosco, dentro destas paredes, e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o Rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou:- Oh! Mãe! Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!E a mãe, em soluços:- Oh! Meu filho, como posso te deixar? Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce Rabi. Oh! Filho! Talvez, Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O céu o trouxe, o céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes. Dentre os negros trapos, erguendo as pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:- Mãe, eu queria ver Jesus...E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo, Jesus disse à criança:- Aqui estou...".

"Contos" do grande Eça de Queirós

Não podia deixar de colocar aqui esta mensagem que, apesar de já ter tido a oportunidade de ler o respectivo Conto, só a recordei porque tive a interessante surpresa de a encontrar quando fazia a tracional visita pelos blogs...

Muito a propósito!!!

sábado, 24 de dezembro de 2005

FELIZ NATAL!!!


Um Santo e Feliz Natal para Todos!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

DEBATE FILTRADO


Cavaco Silva: "Os que vivem obcecados pela política perdem a noção da realidade!"

Aos ataques desesperados de quem sabe que está muitos "passos" atrás, respondeu a postura de serenidade e a confiança que Portugal precisa!!

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Estava a estudar Direito do Trabalho, nomeadamente o seu surgimento, e achei esta citação interessante...

"Entre o rico e o pobre, o forte e o fraco, é a liberdade que oprime e a lei que liberta."

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

O Futebol na Europa - 10 anos depois de Bosman


Fez no passado dia 15 de Dezembro precisamente uma década desde que Jean Marc Bosman ganhou a causa que revolucionou o Futebol Europeu ...

Desde que o jogador Belga ganhou em tribunal o processo que moveu contra a sua equipa na altura, o Liége, o Futebol na Europa sofreu transformações profundas, que trouxeram muitas melhorias para os jogadores e clubes mas trouxeram também um maior fosso entre os diversos campeonatos e uma descaracterização das equipas em relação à nacionalidade dos seus jogadores ...
Desde então, o mercado onde são transaccionados os passes dos jogadores registou obviamente um aumento da oferta e também da procura, que se tornou mais selectiva. Originou, também, uma inflacção dos salários e um aumento abrupto das trocas de jogadores que passaram a ser mais "livres".
Analisando o contexto futebolístico na Europa de um modo geral, pode-se dizer que a qualidade das equipas é superior, no entanto o fosso entre os principais campeonatos europeus, como a Itália, a Espanha e a Inglaterra, e os campeonatos dos países com menos recursos aumentou consideravelmente. O futebol deixou de ser uma questão intimamente relaccionada com formação e passou a depender mais do poder de compra e bons olheiros!
A FIFA está já a tentar desenvolver medidas que forcem os clubes a apostar na formação, pois estes só o farão num regime de obrigatoriedade.
Jean Marc Bosman "escreveu" o seu nome no "muro da fama" por ter conquistado uma série de direitos para os jogadores, mas não deixou de contribuir para o aumento do número de desempregados e, por outro lado, com os constantes avanços da integração na União Europeia, as conquistas de Bosman seriam provavelmente uma pequena questão de tempo até serem reclamadas por outro!

Herói? Não me parece ...

domingo, 18 de dezembro de 2005

Novo Quadro Orçamental da União Europeia

O acordo para o quadro orçamental 2007-2013 vale quase 22,5 mil milhões de euros para Portugal

As negociações duraram longas horas, dadas as pressões políticas e os conflitos de interesses que marcavam o ambiente em que decorriam as negociações. Os valores do novo quadro orçamental ficaram aquém do desejado, mas ainda assim o acordo possível é bastante positivo para impulsionar a União Europeia na luta com outras potências mundiais.

O nosso primeiro-ministro, ao que parece, ficou bastante contente com o acordo, e tinha motivos, dado que apesar da diminuição do valor do orçamento em termos globais, os montantes que Portugal vai dispor foram mantidos no seu essencial em relação à cimeira de Junho.

Contudo, o montante elevado das verbas não é um sinal bom da real situação do país que apenas usufrui destes valores dada a situação frágil em relação à média Europeia e até em relação à velocidade de modernização dos novos estados-membros. É um reflexo de que uma grande parte dos fundos que Portugal dispôs anteriormente foi mal investido.

Esperemos que o alargamento do prazo para investir os fundos, de 2 para 3 anos, traga uma planificação mais adequada para o nosso investimento.

"Cisnes Selvagens"


Cisnes Selvagens é um relato intenso, feito na primeira pessoa, sobre a vida de três gerações de mulheres (Mãe, Filha e Neta), que viveram na China do século vinte.
É ao mesmo tempo um livro histórico. Quando a avó de Jung Chang nasceu, em 1909, os seus pés foram ligados, num ritual tradicionalmente chinês que usa este método para que os pés das mulheres não se desenvolvam e se tornem pequenos. Com 15 anos foi dada a um general como concubina. A sua filha, De-hong, cresceu na Manchúria sob ocupação japonesa e russa e teve um papel activo, fazendo parte do movimento clandestino comunista. A vitória de Mao Tsé-tung marcou o começo de uma revolução tumultuosa a vários níveis.

Não é o meu livro preferido mas foi um dos que mais me marcou….

Piada Filtrada da Semana…

«Mário Soares considera candidatura de Cavaco Silva de "alto risco"»

In “Público”, Domingo, 18 Dezembro de 2005
… Face às circunstâncias, não estaria Soares a falar da sua própria candidatura?

PORTUGAL Filtrado...


Em plena Serra da Arrábida...

A (DE)Formação sexual dos nossos dias…

A propósito do que li no Diário de Noticias deste fim-de-semana, deixo aqui uns extractos da reportagem/tema desta edição…

[“ Sexo é desde 19 de Setembro presença certa na televisão portuguesa, através do programa (…) da TVI Ab...sexo. Um "formato que pretende ser um espaço aberto sobre matérias ligadas à sexualidade", explica a TVI.… Tudo cabe neste espaço de divulgação, em que se fala de sexo com um sorriso e boa disposição", assegura a estação de José Eduardo Moniz…
"Ontem estive a mostrar ao meu filho, que tem nove anos, como se coloca um preservativo." Atrás dos óculos de aros pretos, o olhar claro de Marta Crawford sustenta a frase… Podia estar a falar de embrulhar presentes, ou de fazer um bolo, ou de jogar PlayStation. Mas não. É sobre pôr preservativos em garrafas a benefício de um dos seus dois rebentos. "Não tinha lá nada mais apropriado. Ele dizia mas isto é mole e pegajoso!" Ri…A hora tardia do programa supõe um público adulto. Mas Marta sabe que nem todos os seus "clientes" são maiores. As amigas da filha de 13 anos, por exemplo, pedem-lhe cassetes para visionamentos em grupo…” ]


Há quem chame a isto “educação sexual na TV para as massas”…. Li e reli e não consigo entender… De facto, explicar a uma criança de 9 anos como se coloca um preservativo é algo que me transcende completamente… (ainda bem!)

Ainda Mais AEDUM!!!


O
momento é de balanço, mas ao mesmo tempo de recomeço… Eis-nos chegados ao fim de mais uma etapa de um caminho que ainda se nos apresenta bastante comprido. Na verdade, depois de um ano de intenso trabalho, os nossos colegas confiaram novamente a esta equipa séria e empenhada a Direcção da Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho.

Mas, como dizia no início, este é um momento de balanço. Sinto que esta equipa que no último ano esteve à frente da AEDUM está de parabéns, pelo exemplo que deu a todos sobre o que deve ser o associativismo juvenil, em geral, e estudantil, em particular. Pode esta minha posição ser parcial, uma vez que também eu fiz parte desse projecto. Porém, é por isso mesmo que hoje estou aqui a reconhecer e a agradecer o empenho de todos. Só quem viveu a realidade por dentro, pode saber o bom ambiente que sempre se gerou, quer nas reuniões, quer nas tomadas de decisões importantes. O clima de diálogo, de amizade e de entreajuda, onde a opinião é todos foi sempre tida em consideração. Não quero aqui nomear ninguém, porque seria sempre injusto, mas julgo todos reconhecem o afinco e desvelo com que determinados elementos da IX Direcção da AEDUM desempenharam as suas tarefas, organizaram actividades e defenderam os interesses dos alunos perante todas as instâncias possíveis, pondo muitas vezes os problemas gerais à frente dos seus, nomeadamente dos estudos… Lembro os dias de estudo perdidos, os dias de férias passados em reuniões, entre muitas outras coisas… (quem lá esteve sabe do que falo!). Os meus parabéns a todos, até porque o reconhecimento nunca ficou mal a ninguém.
Há, contudo, uma pessoa que vou ter que nomear: o Teles, o nosso Presidente. Para ele também os meus parabéns pelo seu empenho e dedicação e pelo modo como sempre conseguiu coordenar todas as situações, muitas vezes bem difíceis!

É esta a imagem que me fica deste ano de trabalho. Muitos apontam o dedo dizendo que ocupamos estes cargos para enriquecermos o nosso “curriculum”. Considero, sim, que enriquecemos, e muito, a nossa personalidade. Não interessa tanto aquilo que irá aparecer no papel no final do curso, como aquilo que crescemos como pessoas através deste projecto. Uma marca que com certeza nos ficará destes anos de Universidade.
Modéstia à parte, era bom que muitas das associações da nossa Academia aprendessem com este grupo o que é ser associação e o que é servir e defender os interesses dos alunos.

Bem, agora é tempo de recomeçar, de continuar este projecto que não se esgotou num ano mas que decidiram que continuasse. Ainda bem, para a AEDUM, que este mandato completará dez anos, e para o curso de Direito! Estou confiante que esta equipa irá desempenhar um trabalho ainda melhor. Ao Miguel, o novo presidente, desejo que tudo corra bem! Nós cá estamos para colaborar com ele, no interesse do curso de Direito e dos nossos associados.

posted by JMS

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

11 ANOS - Parabéns!

DIA 16 DE DEZEMBRO DE 2OO5

Aniversário do Curso de Direito

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Quando as nuvens passam...

A pedido de um amigo....

domingo, 11 de dezembro de 2005

8º Aniversário do NAECUM


Um dos Oradores que irá participar na Conferência que consta no programa do 8º aniversário do Núcleo de Alunos de Economia da Universidade do Minho, a realizar amanhã dia 12 de Dezembro, é o actual Ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. Outros convidados são o líder do Bloco de Esquerda e candidato à Presidência da República Francisco Louça, o jornalista Sergio Figueiredo e como moderadora a Professora Catedrática Maria Dolores Cabral.

O Tema da Conferência será: "Finanças Públicas - Para quando a consolidação?" e a mesma terá início pelas 15:00.

Surpreendente.... ou não!

" Os partidos políticos são considerados em todo o mundo como a a instituição mais corrupta, revela a Organização Não Governamental Transparency International (TI) num relatório ontem divulgado, no Dia Mundial das Nações Unidas contra a corrupção."

J.N., Sábado, 10 de Dezembro de 2005

Ainda a “Cruz” do nosso País...

Ainda acerca da laicidade do Estado, queria partilhar aqui no blog uma outra questão que deveras me preocupa há já algum tempo…
Porque será que os acérrimos defensores do Estado laico nunca se insurgiram contra os feriados religiosos?
Lembre-se que estes feriados existem para que os crentes possam viver a sua fé, participando na Eucaristia ou noutras manifestações religiosas, e vivendo esses dias em descanso, permitindo uma maior dedicação à família e à prática da caridade…
Será que não é chocante a professora dizer a uma criança que «amanhã não há aulas porque é dia do Corpo de Deus, ou dia da Imaculada Conceição de Nossa Senhora»?Uma sugestão aos nossos governantes: para não ferir susceptibilidades, esses feriados poderiam passar a serem gozados apenas por aquelas pessoas para as quais eles têm algum significado. Com certeza que aumentaria o número de católicos em Portugal.

posted by JMS

A "Cruz" do nosso País

Mais uma vez a religião é tema de debate na comunicação social e na praça pública. O assunto ora em destaque prende-se com o facto de o Ministério da Educação, dando cumprimento ao princípio constitucional da laicidade do Estado, e a uma série de preceitos daí decorrentes, ter mandado retirar os crucifixos de algumas escolas, devido a queixas de alguns encarregados de educação que se sentiam incomodados com a imagem do Crucificado.
Como referi, esta situação tem gerado as mais diversas reacções na sociedade portuguesa, dos mais variados quadrantes. Pretendo aqui debruçar-me sobre um ponto em particular.
Na verdade, tenho ouvido alguns católicos insurgirem-se contra a retirada dos crucifixos pelo simples facto de este fazer parte da nossa cultura, tal como as Cinco Chagas presentes na bandeira, além de numerosos símbolos religiosos que proliferam nas nossas praças e caminhos… Neste ponto, todavia, não posso de deixar de discordar com a sua justificação. Tal como eles também eu sou contra a retirada dos crucifixos. E sou contra porque considero que os símbolos religiosos devem estar presentes nas nossas escolas, nos nossos locais públicos, nos nossos empregos. Os crucifixos, ou qualquer outro símbolo religioso que lembre àqueles que são crentes que não devem ter vergonha da sua fé, quer se encontrem na Igreja, em casa, no trabalho, no estudo.
Concordo que o Estado deve ser laico, que a Igreja não se deve imiscuir no poder político (e vice-versa); defendo a clara separação entre o poder temporal e o poder espiritual. Contudo, esta pretensa laicidade não se pode impor nos nossos estabelecimentos de ensino. Em lugar de banirem a religião destes locais, devia procurar-se fazer uma plena integração das diversas culturas e religiões (onde tal se justifica) para que todos pudessem viver a sua religião.
Sei que muitos cristãos não têm consciência disso, mas a nossa religião não é para ser vivida ao domingo dentro de uma Igreja. Quem frequenta a Eucaristia dominical sabe, com certeza, que o sacerdote na homilia não fala para aquele momento apenas; faz sempre um convite a pormos em prática a Palavra de Deus ao longo da semana. Eu próprio, numa catequese que fiz a propósito da presença de Jesus no ambiente de trabalho, dizia a um grupo de adolescentes do 9º ano que não nos podemos resumir a uma sala de catequese e que devemos tornar Jesus presente nas nossas escolas. Sei que não é o crucifixo que O irá por si só tornar presente… Mas seria com certeza uma ajuda; pelo menos ao olharmos para Ele podia ser que tivéssemos outra atitude... Será que iremos chegar ao ponto de não podermos professar e expressar livremente a nossa religião?
Há, efectivamente, um conjunto de pessoas e movimentos na nossa sociedade que pretendem banir a religião. Penso que já deviam ter visto que isso não é possível. Pena é que, em favor de uma suposta liberdade religiosa, se ocupem com constantes lutas contra a Igreja Católica. Se calhar porque ela consegue fazer-lhes sombra e sentem-se incomodados.
Como há dias li no jornal Diário do Minho, talvez gostassem que pusessem lá a fotografia deles, como exemplo dos (des)valores que a nossa sociedade pretende cultivar; ou então um poster dos “DZR’T”…

posted by JMS

sábado, 10 de dezembro de 2005

Campeonato do Mundo de Futebol - Alemanha 2006

Grupos formados e ... México, Irão e Angola são os adversários de Portugal !! Depois de visto e revisto o filme de 2002 com a Coreia, a Polónia e os EUA ... Espera-se agora um final feliz!!




O sorteio ditou ainda que ... o primeiro jogo de Portugal em território Alemão durante o mundial será frente a um outro país lusófono ... Angola!!

O México apesar de não ser um nome sonante, está nos lugares cimeiros do ranking da FIFA e tem uma equipa cheia de raça e talento. Será concerteza um adversário muito difícil e o único grande teste da fase de grupos dada a qualidade das restantes equipas. O Irão apesar de contar com bastantes elementos a actuar na Europa, não apresenta uma formação que à priori possa causar grandes dificuldades à nossa selecção, assim como Angola que se espera ser uma equipa que acrescente mais alegria do que talento ao Alemanha 2006.

domingo, 4 de dezembro de 2005

Francisco Sá Carneiro - 25 anos depois de Camarate






















O fundador do PPD e criador da Aliança Democrática, deputado independente da Ala Liberal no regime de Marcelo Caetano, foi sem dúvida um dos que mais lutaram pela democracia e que mais fez pela estabilidade naquela conturbada época. O seu falecimento em Camarate, representou uma perda inestimável para o País e o seu nome estará sempre ligado à democracia em Portugal.

Acerca da Regionalização...

Depois de ter assistido a um interessantíssimo debate sobre a Regionalização, achei pertinente dar a conhecer o que aprendi nesse dia. De facto, o primeiro passa para o triunfo da Regionalização não é de maneira nenhuma o referendo mas sim uma alteração da Constituição da República Portuguesa (C.R.P.), uma vez que a norma actual inviabiliza totalmente uma vitória daqueles que se cansaram de ser esquecidos e relegados para quarto ou quinto plano e pretendem ver a sua Região desenvolvida, dignificada e reconhecida. Por outro lado, a norma em causa premeia quem fica em casa.

Vejamos, então, o exemplo:

O n.º actual de eleitores ronda os 8.800.000.
Para que a Regionalização triunfe é preciso, nos termos da C.R.P., que:
a) Votem pelo menos 50% dos eleitores mais um (ou seja, 4.400.001);
b) Que mais de metade destes votem sim (cerca de 2.300.000, por exemplo);

Chegam 2.300.000 votos a favor porque 2.100.001 votaram “não”. Se eles não tivessem votado, se tivessem ficado em casa, não teria havido 50% dos votantes e o referendo não teria êxito. Neste cenário, os adeptos do “sim” precisam da ajuda dos adeptos do “não” para vencer.

Imagine-se que:
­ Votam 4.400.000 “sins” e ninguém vota contra – ganha o “não” (pois há menos de 50% de votantes)
­ Votam 4.400.000 “sins” e votam 300.000 “nãos” – continua a ganhar o “não”

Mas se:
­ Votam 2.300.000 “sins” e votam 2.250.000 “nãos” – já ganha o “sim”.

Qual será a estratégia do “não”? É óbvio: conseguir que um pouco mais de 10% de eleitores fique em casa e assim ganha porque o número de votantes não chega a 50%.

Uma pequena nota: Nas últimas eleições, o PS e o PSD juntos não chegaram a somar 4.400.000 eleitores.

Ainda a respeito deste assunto, a criação das Grandes Áreas Metropolitanas e das Comunidades Urbanas como formas de substituição da Regionalização constitui uma autêntica FRAUDE!

domingo, 27 de novembro de 2005

Eleições para a A.A.U.M.

Este ano a Academia Minhota conta,
com um forte Projecto Alternativo à "lista do costume",
que todos deveriam pelo menos Conhecer, no meu Entender .
Fica a sugestão e os respectivos links:














Site: www.maisacademia.com

Blog: www.maisacademia.blogspot.com

No hi5: http://www.hi5.com/i?l=Y8BDJBB

domingo, 20 de novembro de 2005

GUANTÁNAMO

Uma realidade à parte que continua a ser ignorada por quem não devia...

"Peritos em direitos humanos nas Nações Unidas rejeitaram, ontem, o convite norte-americano para visitar a prisão militar de Guantánamo, em Cuba, alegando que as restrições impostas tornariam impossível uma avaliação correcta das condições dos prisioneiros.
Concretamente, os peritos fundamentaram a sua recusa no facto de as autoridades norte- americanas lhes negarem o direito de falar em privado com os prisionieros..."
No entanto, têm-se multiplicado as denúncias de violações dos direitos humanos naquela base norte-americana...
É, de facto, humorístico este convite por parte dos norte-americanos...

sábado, 19 de novembro de 2005

P'ra quem ousa....

Bicentenário da morte de Bocage (1765-1805)

Aos 40 anos a despedida: «Já Bocage não sou...»

Já Bocage não sou! ... À cova escura
Meu astro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento;
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio de razão seguisse pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria.

Outro Aretino fui... A santidade
Manchei - ... Oh! Se me creste gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

Plano Tecnológico ...

A grande aposta do nosso primeiro-ministro, ficou sem líder mas tem corpo ...

Não é uma Marisa Cruz, mas é bem melhor que a Odete Santos ...

http://www.publico.clix.pt/docs/politica/planoTecnologico.pdf

domingo, 13 de novembro de 2005

O CRIME DO PADRE AMARO



… e do cinema português!

Quando ouvi falar desta produção cinematográfica imaginei, desde logo, que a trama envolveria uma crítica acérrima à Igreja e a tudo o que a envolve, nomeadamente o voto de castidade dos padres. Perante tamanha publicidade ao referido filme por parte da nossa erudita comunicação social e face a algumas insistências por parte dos amigos, decidi ver este tão divulgado filme.
Superou de facto as minhas expectativas! Não imaginava que podia ser tão mau! Foi, sem dúvida, um verdadeiro hino à pornografia e uma desastrosa e deplorável crítica aos padres e à Igreja Católica, que por ter sido tão exagerada e desajustada da realidade acabou por cair no ridículo e no grotesco.
Qualquer semelhança entre a obra do nosso Eça e este filme é pura ficção… Diria mais, é um atentado à literatura (por muito que considere que esta não é uma das melhores obras de Eça de Queirós) tentar comparar estas duas realidades, é menosprezar o génio do nosso escritor e reduzir a sua capacidade literária a cenas de erotismo.

Pergunto: qual a razão que leva um filme como este a ser tão propagandeado?

Violência em França

Opressão na “Nação da Liberdade”

Há um tempo atrás escrevi sobre a imigração e aquilo que considerava a esse respeito. Defendi que a imigração deve ser restringida face às condições e ofertas económicas e sociais de cada país. No entanto, a partir do momento em que um país recebe legalmente os seus imigrantes, deve procurar proporcionar-lhes uma vida condigna. Há, de certo modo, um dever implícito no momento em que um país acolhe deliberadamente imigrantes.

A França, a grande nação da Liberdade, enfrenta agora um problema de inserção e revolta social… A opressão policial não tem sido a melhor solução e as palavras do Ministro do Interior francês (“são uma escumalha”) não foram de facto as mais adequadas.
Onde estão os ideais franceses? Liberdade? Fraternidade? Igualdade? Será que os franceses apregoaram tanto pelos quatro cantos do mundo que se esqueceram de os divulgar no seu próprio país?
E Portugal? Será que Lisboa, os bairros de Lisboa estão ameaçados?

ANIMAIS E COISAS

É urgente mudar a lei no que concerne ao tratamento dos animais…

Recentemente, dois jovens prenderam e atiraram um cão de uma janela do 8.º andar de um edifício. A lei apenas prevê uma simples multa para casos de maus-tratos a animais sem dono, uma vez que os que têm dono estão protegidos contra qualquer acto violento pelo direito de propriedade que recai sobre o dono e se impõe a todas as outras pessoas. Quanto aos outros animais, não existe nenhuma norma que os proteja devidamente.

Isto acontece porque a lei equipara os animais a coisas móveis. (art. 1318º do Código Civil: “Podem ser adquiridos por ocupação os animais e outras coisas móveis que nunca tiveram dono…”). Se a lei fosse alterada e, à semelhança de alguns países europeus que já mudaram a sua legislação, considerasse os animais como seres sensíveis e não simples coisas móveis, talvez a Juíza pudesse ter condenado os dois jovens a mais do que um simples multa pecuniária.

250 depois...


O Terramoto de Lisboa em 1755, que fez milhares de vítimas mortais, levou à devastação da capital, devido ao efeito combinado do sismo, do maremoto e incêndio que se seguiram.
Este terramoto teve início pela manhã do Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro de 1755.

E hoje pergunta-se: se o mesmo voltasse a acontecer, será que a grande capital estaria preparada? A resposta é clara… As vítimas seriam ainda mais.

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Dá que pensar…

(Gráfico: Universidade de Origem dos estagiários em advocacia (desde o ano 2000))
A maioria dos estagiários desde o ano 2000 obteve a sua licenciatura em universidades privadas (4182) …

domingo, 23 de outubro de 2005

FINALMENTE ... UM CANDIDATO!!!

Cavaco Silva Candidato à Presidência da república



Ex-primeiro-ministro é o quinto nome confirmado na corrida a Belém

Cavaco Silva confirmou esta noite a candidatura à Presidência da República, numa declaração pública no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O ex-primeiro-ministro é o quinto nome a oficializar a entrada na corrida a Belém. No seu discurso, apresentou-se como "um homem livre" candidato "por um imperativo de consciência", anunciando a suspensão da filiação no PSD.
"Depois de uma cuidada ponderação, decidi candidatar-me à Presidência da República. Confesso que não foi uma decisão fácil. Faço-o por um imperativo de consciência", iniciou assim Cavaco Silva o seu discurso.Descrevendo em seguida um cenário de “descrença e de pessimismo” nacional o ex-primeiro-ministro considerou: “Não podemos resignar-nos a esta situação. Eu não me resigno”.“Temos de restabelecer a confiança, mobilizar as energias nacionais e reencontrar o caminho do desenvolvimento equitativo. Sei que isso é possível. As capacidades dos portugueses, já demonstradas noutras ocasiões, são uma garantia de que podemos vencer, esta foi uma razão determinante da minha decisão”, explicou. “Em Março do ano passado, numa entrevista na televisão afirmei que só admitia candidatar-me à Presidência da República em circunstâncias especiais ligadas ao futuro do país. Foi o que aconteceu. Sei que, na Presidência da República, posso ser um factor de confiança e credibilidade”, acrescentou. Cavaco enumerou ainda quatro razões que disse qualificarem-no para ocupar o cargo de Chefe de Estado. Em primeiro lugar, apontou a seu conhecimento “da realidade portuguesa”, para depois salientar como segundo argumento o conhecimento “do quadro internacional em que Portugal se insere”. A terceira razão evocada foi a “experiência da vida política nacional e internacional” que adquiriu durante os anos em que chefiou o Executivo para depois explicar uma última motivação: "fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que gerações mais novas, os nossos jovens, recebem, não a pesada herança que lhes dificulte a vida, mas uma janela de oportunidades de progresso”.Cacavo Silva salientou ainda a diversidade dos apelos que recebeu para dar o passo que hoje anunciou, que considera um dever de "consciência".“É meu dever de consciência disponibilizar-me para regressar à vida pública e candidatar-me à Presidência da República”, afirmou o ex-chefe de Governo, garantindo: “Não me candidato para satisfazer uma ambição pessoal. Candidato-me porque tenho orgulho em ser português e não me resigno pelo actual estado de coisas”. Cavaco Silva demarcou ainda a sua candidatura de qualquer cor partidária. “Para que não restem dúvidas quanto à minha independência, pedi a suspensão da filiação no PSD”, anunciou, sublinhando que a sua "candidatura é estritamente pessoal. Independente de toda e qualquer estratégia de estrutura partidária." "Candidato-me como um homem livre”, disse.

in "O Público"

EM EXIBIÇÃO NO FILTRAGENS

"RELAÇÕES PERIGOSAS"
Ariel Sharon / Hugo Chavez / George W. Bush

Trama: Segundo o Governo de Ariel Sharon, “Israel teve que PEDIR AUTORIZAÇÃO a Washington” para estabelecer um contrato de compra de armas com a Venezuela. EUA OBRIGARAM a congelar o negócio. Israel aguarda uma reconsideração.

Uns são mais iguais que outros…


Numa fazenda onde havia muitos e diferentes animais, os porcos tomaram a liberdade e escreveram, para que todos os outros vissem: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.”
Animal Farm, George Orwell

Este livro constitui uma excelente sátira ao regime comunista mas decidi falar aqui sobre ele não por essa razão mas porque me faz lembrar uma realidade que se tem passado na Universidade do Minho.
Nesta Academia, todos os cursos têm os mesmos direitos e deveres, por outras palavras, todos pagam a mesma propina e todos têm direito a recurso, a uma 2.ª oportunidade para mostrarem as suas capacidades… Mas este “todos” é falacioso: todos excepto o curso de Direito que, face às últimas transformações nas épocas de exames, têm de ver o recurso não como uma 2.ª alternativa mas como uma terceira chamada.

REFERENDO AO....... ABORTO

A AGUARDAR DECISÃO DO TC, SÓCRATES PONDERA FALTAR AO PROMETIDO….


Segundo Alberto João Jardim, "o Governo queria fazer um referendo a si próprio”, isto é, pretendia realizar um referendo ao Aborto.
Inviabilizado dessa acção, o actual Governo tenciona optar por linha a que os portugueses já se habituaram: voltar atrás com o que prometeram. Assim, a maioria “xuxalista” pondera a discussão da legalização do Aborto no Parlamento, afastando radicalmente os portugueses de mostrarem qual a resolução que pretendem ver dada a este assunto.

domingo, 16 de outubro de 2005

Piada Filtrada da Semana...

"Francisco Louçã quer e acredita chegar à segunda volta nas Presidenciais"


15 Outubro 2005

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ver e que ainda desconhecem:

PORTO 0 - 2 BENFICA

Acrescenta-se que agora os adeptos do Benfica vestem de azul e enchem o Estádio do Dragão, isto segundo Co Adriaanse.

"Uma Boa Morte" ?!

A palavra "EUTANÁSIA" é composta por duas palavras gregas ― eu e thanatos ― e significa, literalmente, "uma boa morte".
O verdadeiro sentido da palavra eutanásia, e aquele a que me quero referir neste post, assume-se como: o termo intencional da vida de uma pessoa que deseja morrer. A eutanásia é activa (implica sempre um acto) e duplamente voluntária, uma vez que quer o médico, quer o doente agem voluntariamente.
Aqueles que defendem a admissibilidade moral da eutanásia apresentam como principais razões a seu favor a misericórdia para com pacientes que sofrem de doenças para as quais não há esperança e que provocam grande sofrimento, assim como, o respeito pela autonomia.
Os preceitos de Hipócrates continuam a valer na nossa sociedade, os médicos continuam a ter como principal dever a protecção e preservação da vida de um paciente. Se a eutanásia for aceite, os deveres dos médicos e outros profissionais de saúde terão de mudar, assim como toda a “tradição hipocrática”, e estes passarão a ter, conjuntamente, a tarefa de causar a morte. De maneira alguma, a autonomia da vontade do paciente se poderá sobrepor ou impor aos valores, deveres e à própria vontade de um médico. Neste sentido, o argumento relativo ao “ respeito pela autonomia” cai por terra.
Relativamente ao sofrimento que as dores causam no doente, é importante não confundir dignidade com qualidade de vida. O facto de estarmos doentes não retira qualquer dignidade à vida de um ser humano. A vida é um bem de extrema importância e deve ser salvaguardado a todos os níveis.
Os cuidados paliativos são a forma civilizada de atender os doentes terminais, ao contrário da eutanásia. Esta consiste em olhar para a vida de uma forma utilitária, com base numa concepção egoísta e em critérios apenas económicos: se uma vida não é útil, se não é produtiva, se não proporciona todo o prazer (# felicidade), então não tem razão de ser.
Nas unidades de cuidados paliativos proporciona-se uma atenção integral ao doente terminal, com o único objectivo de melhorar a qualidade da sua vida, atendendo às suas necessidades físicas e psíquicas. As necessidades físicas advêm, sobretudo, da dor. Com tratamento adequado pode-se chegar a controlar cerca de 95% da dor…Todavia, é mais barato «matar» o doente que aplicar-lhe a “medicina paliativa”.
O legislador português entende que a eutanásia, no seu sentido directo e activo, constitui um crime punível a título de homicídio a pedido da vítima. Constata-se que não há unanimidade dentro dos ordenamentos jurídicos da União Europeia no que se refere à questão da admissibilidade da eutanásia. No entanto, a insegurança jurídica que subjaz a esta prática deveria ser suficiente para que em todos os países, sobretudo os da UE, se considerasse a eutanásia um acto criminoso. A insegurança jurídica de que falo é grave e tem a ver com três aspectos: possibilidade de erro no diagnóstico e tratamento da doença; o conceito “sofrimento intolerável” é extremamente vago para ser medida de um acto como a eutanásia; e, por último, é muito difícil determinar a validade do consentimento do doente.
De facto, e em jeito de conclusão, a defesa da eutanásia não passa de uma atitude exageradamente egoísta e individualista. E o que me surpreende é que são os partidos de Esquerda, que supostamente rejeitam o individualismo e apelam à colectividade e ao bem comum, que a pretendem legalizar.


sábado, 15 de outubro de 2005

RESULTADOS FILTRADOS

CÂMARA MUNICIPAL - CONCELHO - FELGUEIRAS

PRESIDENTE DA CAMARA
XVII - Maria Fátima Cunha Felgueiras A. Sousa Oliveira
MAIORIA ABSOLUTA

2005
XVII
47,69 %
PPD/PSD
29,14 &
PS
15,43 %
CDS-PP
1,85 %
PCP-PEV
1,45 %
B.E.
1,01 %

Quando tive acesso a este resultado pensei ...

... Será que metade da população de felgueiras tem assim tanto apreço por ladrões?

domingo, 2 de outubro de 2005

EXCEPÇÃO QUE FOI ESQUECIDA…

Li, recentemente, um artigo bastante alarmante no Boletim da Ordem dos Advogados, escrito por um advogado estagiário, Rui Barroso, que denunciava a injustiça que determinado preceito legal acabava por impor a um grupo, os advogados estagiários…. Tendo em conta aquilo que aprendemos e estudamos, parece inacreditável que tal tenha sucedido… É vendo situações como esta que me recordo de uma frase que, por vezes, ouvimos: “Pois é! Isto são leis feitas por engenheiros!....”


COM A ENTRADA EM VIGOR DA LEI N.º32-B/2002, DE 30 DE DEZEMBRO, OS NÚMEROS 1 E 2 DO ART. 31º DO CÓDIGO DO I.R.S., REFERENTES AO REGIME SIMPLIFICADO DE DETERMINAÇÃO DOS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS EMPRESARIAIS E PROFISSIONAIS, SOFRERAM ALTERAÇÕES, TENDO SIDO ESTABELECIDO COMO MONTANTE MÍNIMO O VALOR DE €3.125,00. (N.º 2 DO ART. 31º)

Anteriormente tínhamos dois tipos de contribuintes: os trabalhadores dependentes, que pagavam os impostos estabelecidos pela AR, e os trabalhadores independentes que, em virtude da ausência de fiscalização, conseguiam não pagar imposto ou acabavam por pagar apenas o imposto cujo rendimento entendiam declarar. Era, de facto, uma situação que prejudicava os trabalhadores da categoria A.
Com a entrada em vigor deste novo preceito legal, qualquer contribuinte inserido na categoria B, mesmo que declare prejuízo no final do ano fiscal, estará sempre sujeito ao pagamento de um valor mínimo. A conjugação deste novo artigo com a tabela constante no art. 68º do C.I.R.S., leva-nos a aplicar àquele valor presumido (€3.125,00) uma taxa de 12%, obtendo, desta forma, a colecta mínima de €375, que qualquer contribuinte inserido na categoria B tem de pagar.
Apesar de constituir um entrave à evasão fiscal, este sistema torna-se manifestamente injusto no caso dos advogados estagiários.
Quando começam o estágio, a lei impõe-lhes que declarem o início de actividade. O estagiário tem, então, duas opções: ou opta pelo regime de contabilidade organizada, em que terá, entre outras despesas, de suportar a avença com um contabilista ou técnico oficial de contas nunca inferior a €150 mensais; ou sujeita-se ao regime simplificado, previsto no supra citado art. 31º do C.I.R.S.. É óbvio que nenhum advogado estagiário conseguirá suportar os encargos resultantes da contabilidade organizada, vendo-se obrigado a optar pelo regime simplificado.
Acontece que a grande maioria dos advogados estagiários não recebem qualquer remuneração durante o estágio. Como a lei presume, por força do art. 31º, n.º2 do C.I.R.S., que o todo o contribuinte está a mentir, força-o ao pagamento da colecta mínima de €375.
Atendendo ao princípio da igualdade, plasmado no art.13º da C.R.P., de que todos os cidadãos são iguais perante a lei, concluímos que não temos todos que pagar o mesmo mas que todos têm que pagar em conformidade com aquilo que auferem. Assim, quem paga mais, recebe mais e que aufere menos, paga menos.
Certamente que a lei não previu o caso dos advogados estagiários que pagam mais que aquilo que recebem. Estes constituem a excepção que a lei precisa de salvaguardar, caso contrário poderá considerar-se inconstitucional por violação dos princípios (art.13º C.R.P.) e preceitos constitucionais, nomeadamente o art. 104º, n.º1 da C.R.P. que diz:” O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.”

PROPAGANDA FILTRADA

sábado, 1 de outubro de 2005

A propósito das eleições....

Este post foi escrito por um amigo do Filtragens a propósito de um assunto que a todos deveria preocupar....

Em plena campanha eleitoral para as eleições autárquicas, gostaria de reflectir sobre uma questão que muito me tem preocupado, relacionada com o estado da política em Portugal.
Na verdade, a propósito das medidas tomadas pelo governo socialista para contenção de despesas, em especial ao nível da idade das reformas dos funcionários públicos, dos funcionários do exército, entre outros, uma onda de contestação se alastrou pelo país. Os visados com estas medidas, compreendendo todavia a sua necessidade, sentem-se injustiçados com o que se passa ao nível dos políticos. Para esses, de facto, não há reduções e, constantemente, surgem notícias nos jornais anunciando a reforma de mais um político, em tenra idade de laboração. Claro está que esses políticos, sentindo-se ainda válidos para o trabalho (porque os seus cargos afinal não os desgastaram tanto assim!), continuam a exercer as suas profissões, ou arranjam um novo “tacho” para ocuparem o seu tempo, auferindo, além da remuneração por esses cargos, a avultada pensão a que têm direito.
Perante este panorama, os visados com as medidas do Governo sentem-se prejudicados e protestam. Para se defenderem, os referidos pensionistas apoiam-se na lei (entenda-se na lei positiva), afirmando repetidamente que «não estão a violar a lei», que «a lei permite que façam isso». O discurso que conhecemos…
Agora pergunto: será que estamos a voltar ao positivismo puro e duro? Desde o 1º ano do curso que nos falam que o positivismo levou prática das mais horríveis atrocidades… Não será isto que acontece actualmente em Portugal?
A mim parece-me que esta é mais uma prova da falta de ética e de valores dos nossos políticos. Mais uma prova de que eles não estão lá para servir a nação e os cidadãos, mas para se servirem deles e para enriquecerem à custa de quem trabalha. Para eles o que conta é o que esta na lei positiva. Mas será que não compreendem que há um “direito acima das leis criadas pelo homem, um direito maior que devia reger esse direito estipulado” (Paulo Ferreira da Cunha). Penso que há uma consciência generalizada de que esta atitude dos políticos não está de acordo com os princípios gerais da nossa sociedade. Todos sabemos e os políticos sabem-no também que, embora a lei positiva o permita, a sua conduta não é correcta, que não é justo auferirem uma pensão e um salário, conhecendo as dificuldades que o país atravessa.
Era bom que os nossos políticos começassem a perceber que se eles próprios dessem o exemplo a contestação social seria menor e as medidas seriam menos duras para todos.

JMS

terça-feira, 13 de setembro de 2005

CONSTITUIÇÃO EUROPEIA - 1.ª parte


A esta Constituição Europeia que nos foi proposta.... esta é a minha resposta!

MEDIDAS NA GAVETA....

" O sistema de empréstimo de manuais escolares, adoptado pela ex-ministra da Educação Maria do Carmo Seabra e revogado pela actual titular da pasta, não conheceu, ainda, um modelo substituto que alivie o esforço financeiro pedido às famílias todos os anos...
A ideia da anterior equipa do Ministério da Educação era que os livros fossem entregues pelos alunos nas escolas, no final do ano lectivo, num sistema de troca. Os manuais entregues seriam trocados pelos do ano lectivo seguinte, entretanto deixados pelos alunos desse ano..."

JORNAL DE NOTÍCIAS, 11 DE SETEMBRO

Seria um sistema muito interessnte para pôr em prática no 1.º ciclo pois as crianças aprenderiam , desde pequenas, a respeitar e a preservar os livros e, para além disso, permitiria incutir valores de solidariedade entre os colegas de escola. Só que este sistema não está isento de críticas, principalmente das críticas das editoras. E pelos vistos para esta Ministra as critícas das editoras são mais «importantes» que as dos encarregados de educação...

terça-feira, 6 de setembro de 2005

CINEFILTRAGENS


Mais um filme que encheu salas ...

FURACÃO KATRINA

O fenómeno natural que devastou Nova Orleans causou destruição, morte e muitos outros horrores, tendo sido considerado a pior catástrofe natural da história dos Estados Unidos da América. Todavia, este furacão, não obstante a sua «força», conseguiu pôr a nu algumas fragilidades e alguns erros no país "exemplar" e "todo-poderoso"!

Em primeiro lugar, a resposta à catástrofe não foi muito bem sucedida, tendo-se verificado, de imediato, um estado de anarquia e violência desmesurada nas ruas desta cidade.
Neste momento, fala-se numa «limpeza» nas Instituições responsáveis, dito de outra forma, enquanto que não era necessário lidar com os problemas, as pessoas que ocupavam os cargos serviam perfeitamente, agora....
Neste ponto, talvez nós portugueses devessemos aprender alguma coisa e ... olhar para dentro!!

Em segundo lugar, o Katrina afectou a produção petrolífera Norte-americana de forma muito grave, levando a maioria dos países da União Europeia a ceder uma pequena percentagem das suas reservas . Ora, se a maior parte do petróleo «consumido» pelos EUA é importado, ficando parte muito significativa da produção interna para reservas, será que os EUA não teriam capacidade para responderem a esta situação com as suas próprias reservas??
O facto é que esse país de estratégias muito discutíveis talvez tenha passado a perna à Europa ... mais uma vez!!

Por último, a questão do contingente militar norte-americano «estacionado» no Iraque: em relação a este facto apenas me questiono acerca da utilidade destes militares neste contexto de catástrofe e «terrorismo interno»?! A resposta parece-me óbvia...

Termino com uma alusão a um cartoon do diário JN que diz que os Muçulmanos acham que o furacão Katrina foi castigo divino!
Que eles são fanáticos já sabiamos, agora estúpidos ...

quarta-feira, 31 de agosto de 2005

CINEFILTRAGENS



A não perder...

... um filme que promete encher muitas salas!!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Ateus... Ateísmo

A propósito do que li nestas férias...:

"Aqueles que se dizem ateus têm como assuntos preferidos falar sobre Deus ou da ideia da negação de sua existência. Todo o ser humano, não importa quem seja, ateu ou não, gosta de ter Deus na pauta das suas mais importantes ideias.
A maioria dos ateus realmente não acreditava em Deus? Não. A maioria dos ateus fundamentou o ateísmo não num corpo de ideias profundo sobre a existência ou não de Deus. O seu ateísmo era o resultado da indignação contra as injustiças, incoerências e discriminações socio-políticas cometidas pela religiosidade reinante em determinada época.
Quando todos pensavam que Voltaire, o afiado pensador do Iluminismo francês, fosse um ateu, ele proclamava no final da sua vida: " Morro adorando a Deus, amando os meus amigos, não detestando os meus inimigos mas detestando a superstição". A maioria dos ateus possuía e possui um ateísmo social, um sócio-ateísmo, alicerçado na anti-religiosidade, e não numa produção de conhecimento inteligente, descontaminado de distorções intelectuais, de paixões ateístas e tendencialismos psicossociais sobre a existência ou não de Deus."

Augusto Cury, in "O Mestre dos Mestres"

sexta-feira, 29 de julho de 2005

CICLO DE CHAMAS

Todos os anos, no Verão, somos confrontados com estas notícias: vaga de incêndios destrói hectares de floresta, incêndios arruínam a vida de muitos pastores e agricultores, bombeiros combatem exaustivamente as chamas, o país está a ser destruído pela voragem dos incêndios e o desânimo tomou conta das populações... E todos os anos somos “tranquilizados” com a notícia de que “irão ser tomadas medidas de prevenção”, no entanto, no ano seguinte, as mesmas notícias surgem no ecrã das nossas televisões, nos jornais, nas rádios, parece um ciclo, ao qual os portugueses, infelizmente, já se habituaram.
Este ano estamos novamente a assistir a uma intensa devastação das nossas florestas. A conjuntura "muito grave" dos incêndios em Portugal já levou o governo em anteriores situações a pedir apoio à União Europeia.
Todos os anos, para minimizar esta vaga de incêndios que assola Portugal, o governo lança mão de medidas de apoio para com as vítimas dos incêndios. Todavia, estas medidas só irão reparar o problema nunca resolvê-lo. Ficam sempre por decidir medidas pragmáticas e eficazes, a curto e longo prazo, que ponham um ponto final a este grave ciclo de incêndios.
Há décadas que Portugal regista, ciclicamente, fogos nas suas florestas. E com idêntica regularidade são posteriormente realizadas várias reuniões, onde os responsáveis declaram terem aprovado novas medidas para a época seguinte. Não duvido da honestidade e da esperança dos responsáveis contudo parece-me legítimo afirmar que estas reuniões que todos os anos se realizam não resolvem nem nunca resolveram este grave problema nacional.
Urge apostar na prevenção: aumentar significativamente o corpo de guarda-florestais, distribuindo-os por todo o país e premiando aqueles que no final de cada época não tenham registado incêndios no perímetro da sua guarda.
Para auxiliar os guarda-florestais, parte do Exército deveria ser destacado todos os anos para o terreno, para fazerem vigilância, abrir caminhos, defender as populações e auxiliar os bombeiros, em vez de permanecerem nos quartéis. É ou não função e missão do Exército defender o território nacional??
Segundo as estatísticas, a maior parte dos incêndios é de origem criminosa. Contudo, não se pode pensar que se são todos fogos postos, ninguém tem culpa e não há nada de muito diferente a fazer, a não ser deter e penalizar o infractor. Bem pelo contrário, é imperioso compelir os proprietários e o próprio Estado a manterem as suas propriedades florestais limpas, visto que mais de metade dos 500 mil proprietários florestais têm os seus terrenos ao abandono e tendo em conta que apenas arde aquilo que está abandonado e que não tem qualquer tipo de ordenação ou planeamento.
É, portanto, fundamental investir no planeamento florestal, pensar num reflorestamento ordenado e sustentado e é indispensável coagir os proprietários florestais, através de multas ou penas, a cuidar das suas propriedades florestais.
Poderá parecer que as medidas enunciadas e os recursos financeiros que elas implicam sejam incomportáveis mas se fizermos as contas do que anualmente se gasta no combate aos incêndios, não esquecendo os custos ambientais que as áreas destruídas provocam, certamente se concluirá o quão estas medidas são urgentes e eficientes.

NO COMBATE AO TERRORISMO

Questão actual e de difícil compreensão e resolução para uma cultura ocidental…

A solução mais óbvia que nos aparece quando falamos no combate ao terrorismo será, provavelmente, a erradicação do subdesenvolvimento económico e social, salvaguardando a adequada formação do indivíduo, nomeadamente ao nível de valores universais. No entanto, ao mesmo tempo que nos parece óbvia afigura-se, de igual modo, como quase utópica.
Todavia, as medidas a curto prazo que se têm desenvolvido, sobretudo no âmbito da segurança policial e controlo da imigração, são extremamente importantes mas convém não esquecer que não combatem o mal pela raiz, outras medidas precisam já de ser tomadas.
Assim, ao nível económico e social, algumas medidas de longo prazo deveriam ser efectuadas junto dos países mais pobres, visto que é de nações dilaceradas do terceiro mundo que emergem as maiores redes de terrorismo. Neste sentido, uma grande percentagem da ajuda internacional aos países pobres deveria atribuir-se e concentrar-se nos aspectos prioritários: como o ensino elementar, a assistência médica, programas alimentares e de planeamento familiar. Da mesma forma, a promoção de reformas internas que favoreçam o desenvolvimento humano e profissional seriam fundamentais para promover um progresso sustentado nos países mais pobres. Estas sugestões, ao contrário de outras que estão a ser levadas a cabo por algumas nações, não têm a pretensão de impor ou interferir na cultura do próprio país mas, antes, promover nestes um desenvolvimento e um crescimento sustentado. Deverá procurar-se não dar os peixes mas ensinar-se a pescar.
Não esquecendo o papel do mass media, é importante reflectir que, muitas vezes, exercem uma influência negativa, designadamente ao nível da publicidade que dão aos actos terroristas, propaganda e notoriedade, por sua vez, amplamente desejada por estes.

O Caso especial da Al-Qaeda

A Al-Qaeda emergiu da guerra no Afeganistão que envolveu a União Soviética e Osama Bin Laden esteve no meio destes guerrilheiros desde o início da formação desta rede de terroristas, contribuindo fortemente para o crescimento desta.
Segundo Maria do Céu Pinto, docente e investigadora do departamento de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade do Minho, Bin Laden lançou uma nova versão do Islão, que se caracteriza pela total aversão à modernidade e à entrada dos países ocidentais no mundo árabe.
Em 1998, Bin Laden anunciou o seu programa de acção em três etapas distintas:
- Numa primeira fase, o objectivo era religioso: expulsar os “infiéis”, os não muçulmanos;
- Depois, a Al-Qaeda tinha como finalidade expulsar os americanos que exploram os poços de petróleo do médio oriente;
- Em terceiro lugar, estava prevista a conquista e conversão ao Islão do mundo ocidental.
No entanto, a história, principalmente os acontecimentos dos últimos anos indica-nos que os islamistas saltaram as duas primeiras etapas e fixaram-se no inimigo externo, isto é, no mundo ocidental.
Totalmente de acordo com Maria do Céu Pinto, o radicalismo dirigido ao mundo ocidental é forçosamente resultado da presença do ocidente nos países árabes.
O combate a esta organização passa pela adopção de várias medidas mas a menos eficaz, pelo que se tem visto, é a militar. Basta recordar as consequências pretendidas que não se verificaram após o bombardeamento do Afeganistão: a Al-Qaeda mantém-se e os ataques não terminaram, bem pelo contrário, intensificaram-se.
Combater a Al-Qaeda passará por combater as fontes do radicalismo e instabilidade nos países do Médio Oriente. A ajuda internacional é importante mas não pode ser imposta, a cultura islâmica é extremamente nacionalista e deve, antes de tudo, ser respeitada.

quarta-feira, 13 de julho de 2005

Alberto João Jardim

O "ilustre" presidente do Governo Regional da Madeira invade constantemente os nossos espaços noticiosos devido às intervenções "irreverentes" e "ridículas" ...
Nos últimos tempos por duas vezes chegou a ser motivo para reacção oficial do próprio Partido...
Uma a propósito dos jornalistas do Continente, os quais apelidou de bastardos, para não lhes chamar... um outro nome bem menos adequado. Mais recentemente, referiu-se aos chineses como indesejáveis entre outras coisas...
Penso nisto e lembro-me de uma frase que oiço vezes sem conta sobre esta mesma personagem: "O homem é um colosso, tem imensa piada!!" e a conclusão a que chego é sempre a mesma: pena que tenha sido eleito para um cargo político, para representar e defender uma parte de um país e não para artista principal de uma companhia de circo ou de um pograma do tipo Malucos do Riso! (a associação a este programa em concreto não é feita ao acaso e tem claramente a ver com a qualidade das piadas) .
A nossa "classe política" tem muitos defeitos e não será certamente um exemplo, no entanto, mesmo assim, talvez não mereça e fique bem a perder se alguem ouvir este senhor e tomar o todo pela parte!!!

segunda-feira, 4 de julho de 2005

IMIGRAÇÃO

UM OUTRO PONTO DE VISTA PARA DIZER NÃO À AUSÊNCIA DE CONTROLO SOBRE A IMIGRAÇÃO….

O debate na nossa sociedade em torno do fenómeno da imigração é, de um modo geral, muito redutor pois choca com questões delicadas, onde muita gente tem medo de afirmar o que efectivamente pensa, sob pena de ser imediatamente julgado. E para confirmar esta ideia basta recordar o episódio novelesco que se desenrolou na Assembleia da República após Paulo Portas ter falado em políticas de restrição da imigração. Imediatamente se fizerem ecoar vozes discordando completamente do ex-líder do Partido Popular, chegando alguns políticos a comparar Paulo Portas com Le Pen…
O argumento de que os imigrantes vêm fazer o trabalho que os nacionais não querem fazer é bastante falacioso. O povo português nunca teve medo de trabalhar e pelo que se consta o desemprego nunca chegou a ser zero. Era bom que as pessoas só fizessem aquilo que gostam ou querem fazer!
Então qual o trabalho que abunda em Portugal e a que muitos imigrantes se sujeitam?
Resta-me concluir que o trabalho que existe em Portugal e a que se sujeitam os imigrantes ilegais é aquele onde as leis laborais são tudo menos respeitadas. Trata-se de um trabalho intensivo e com salários irrisórios, ao qual nenhum cidadão se deveria sujeitar. Trata-se de uma concorrência ilegal para aqueles que procuram uma justa remuneração pelo seu trabalho. Deste modo, muitos nacionais partirão para outros países em busca de melhores salários.
A imigração nestas condições é, segundo o que alguém e muito bem afirmava, “UMA TRANFERÊNCIA DE RIQUEZA DOS BRAÇOS DO TRABALHADOR IMIGRANTE PARA A CARTEIRA DO «EMPRESÁRIO» QUE O EXPLORA!”
Este problema do trabalho desencadeia um outro de igual gravidade. Estes imigrantes precisam de um local para viver. Será que o nosso mercado imobiliário lhes pode fornecer habitação a um preço que eles podem pagar? Não somos um país rico e não podemos garantir ou facilitar aos imigrantes o acesso a uma casa, quando isso já é inviável para os nacionais!
A maior parte destes imigrantes, como todos nós sabemos, recorrem aos nossos vergonhosos bairros, intensificando a estratificação social já existente e dando azo à formação de bandos delinquentes.
É preciso travar esta onda de imigração que ultrapassa o limiar da dignidade humana dos imigrantes.
Todavia, face a esta realidade há ainda quem diga: "Como é que nós, um país de emigrantes, podemos recusar a entrada a essas pessoas que escolheram o nosso país para tentar uma vida melhor?” Não se trata de recusar mas sim de evitar que se sujeitam às condições de trabalho desumanas que alguns empregadores exigem.
Muitos são aqueles que imigram para Portugal com a promessa de um contrato de trabalho digno e bem remunerado e quando chegam cá nada disso existe. Criando-se uma política de imigração restritiva, garante-se que todos possam ter a oportunidade de uma vida melhor, sem ter que se sujeitar a condições desumanas.
Portugal está numa posição geográfica ideal para controlar o acesso de imigrantes clandestinos. Estamos rodeados por mar em metade do nosso território e na outra metade fazemos fronteira com um país mais rico e desenvolvido.

Quanto às questões de acolhimento e inserção social conexas com a problemática da imigração, é preciso desenvolver projectos nacionais neste sentido.
A educação deve ser um dos pilares das políticas de integração. Ao formar os imigrantes e os seus filhos, o Estado contribui incomensuravelmente para que se sintam plenamente cidadãos tal como os demais, de modo a que se adaptem aos usos e costumes de uma terra nova.
As associações ou instituições privadas de solidariedade, também, devem ter um papel importante e activo este contexto.
No entanto, aqueles que se recusam a integrar na nova comunidade de acolhimento, quando todas as condições para o fazerem são oferecidas, e enveredam pela via da criminalidade para atingirem os seus fins, a estes devem ser aplicadas medidas especiais, nomeadamente uma viagem de ida para o país de origem.
Convém acrescentar que não é através de manifestações obtusas que se resolverão estes problemas associadas à imigração… A luta pela preservação da identidade nacional deve começar por nós mesmos e não pelos outros. Se estas mentes que se dizem ultra-nacioanais se manifestassem contra a indiferença que os próprios portugueses revelam pelo seu país e procurassem auxiliar aqueles que legal e justamente entram em Portugal, facilitando a sua integração e acomodação às regras e costumes do nosso país, estariam a ser mais coerentes com a aquilo que apregoam.

domingo, 3 de julho de 2005

O Papel do Canudo...

Nenhuma sociedade pode oferecer empregos de doutor, administrador e engenheiro para toda a gente. Não é vergonha nenhuma ser empregado de balcão ou operário da construção civil.

Nas sociedades mais desenvolvidas essas profissões proporcionam uma qualidade de vida perfeitamente aceitável. Mas aqui, em Portugal, a realidade parece ser outra não só em termos económicos mas também em termos sociais… Para muitas pessoas nem todas as profissões são dignas e ter um canudo é sinónimo de estatuto social.
É preciso inverter esta ideia. As Universidades não são para toda a gente… São apenas para aqueles que têm como objectivo (inclinação) realmente estudar e tirar um curso superior e se esforçam por isso…
Urge oferecer saídas profissionais àqueles que terminam o 12.º ano, uma vez que grande maioria daqueles que terminam o secundário tem apenas dois caminhos viáveis: Universidade ou (Des)emprego.

quinta-feira, 16 de junho de 2005

ARRASTÃO

Deputada Ana Drago(Bloco de Esquerda) acusa CDS/PP de atitude de direita populista, xenófoba e racista depois dos comentários de Nuno Melo na Assembleia da República.

O deputado Nuno Melo do CDS/PP decidiu levar à Assembleia da República a questão do "Arrastão" que se verificou, a semana passada, na praia de Carcavelos. O mesmo afirmou que deveria ser revista a idade até à qual os jovens são inimputáveis, censurando, obviamente, as agressões físicas e verbais que passaram impunes. As reacções de outros partidos, com destaque para a deputada Ana Drago, foram no sentido de acusar o deputado Nuno Melo de xenofobia e racismo, associando mesmo o seu discurso aos propósitos da manifestação de extrema direita que se realizará no proximo Sábado. Este respondeu obviamente com surpresa, pelo facto de o acusarem de racismo só porque abordou um tema em que os indivíduos envolvidos eram de uma raça ou étnia diferente.
Ridícula, mais uma vez, a intervenção da deputada do Bloco de Esquerda.

Retrocesso no desenvolvimento económico português

A notícia é do Semanário Económico, "Eurostat confirma um retrocesso no desenvolvimento económico português", segundo a qual o Eurostat confirma que o rendimento dos portugueses voltou ao nível de há dez anos atrás. Foram portanto 10 anos, cerca de 15% do tempo de vida dos portugueses, "deitados fora" em resultado das políticas dos três últimos governos.
O nosso rendimento per capita, verificado em 2004, é assim equivalente a 73% da média dos 25 parceiros da União Europeia, valor identico ao registado em 1995. Segundo a mesma notícia, os melhores desempenhos foram os do Luxemburgo e da Irlanda. Espanha e a Grécia, habituais "companheiros" nestas "andanças", também registaram evoluções positivas e estão a convergir para a média dos 25.
A generalidade da crítica aponta o dedo à falta de reformas estruturais, culpa das governações anteriores, com especial destaque para o período de governação do Eng.António Guterres que decidiu relegar o crescimento para segundo plano, não apostando na competitividade e na produtividade, logo num período em que o ciclo económico era favorável.
Não houve consciência política para as políticas de sustentabilidade... mas concerteza houve sim lugar às habituais políticas eleitoralistas...

...mais valores a pesar nos ombros do actual Governo Socialista!

NÚMEROS

Números do Governo, quando se fala em estabilidade....

  • 11 empresas de capitais públicos tiveram mudanças nos conselhos de administração, sendo que três estão à espera de nomeações para a administração;
  • 15 administrações de empresas e institutos públicos já mudadas pelo Governo;
  • 49 pessoas foram directamente nomedas por José Sócrates, que lidera o ranking;
  • 50 gestores já entraram para empresas controladas ou participadas pelo Estado e institutos mais ligados a actividades empresariais;
  • 112 pessoas indicadas pelo gabinete do ministro das finanças e pelos secretários de Estado;
  • 177 assessores/colaboradores/consultores já foram nomeados, pelo que 18 pertencem a Sócrates;
  • 249 auxiliares administrativos que apoiam os membros do Executivo;
  • 866 pessoas nomeadas para membros dos gabinetes deste Governo, salvaguardando que apenas num caso é que o despacho de nomeação continha o respectivo currículo;
  • 1094 nomeações, em dois meses em meio;

Feitas as contas são 12,7 nomeações por dia.

Conclusões:

  • ... cada um tirará clara e facilmente a sua!

(Dados do Jornal de Negócios, publicados no dia 14 Junho de 2005)

sexta-feira, 10 de junho de 2005

10 de Junho: DIA DE PORTUGAL

10 de Junho, dia de Portugal e não dos governantes portugueses.....

Apercebi-me que determinadas mentes ignaras tiveram a infeliz e ingrata ideia de sugerir que colocássemos, neste dia, bandeiras pretas nas nossas janelas!
Queria lembrar a esta “gente” de pensamentos parcos que hoje é O DIA DE PORTUGAL (por muito que isto lhes seja estranho) e, embora este não se encontre nada bem, não deixa de ser o nosso país, a terra que nos viu nascer!
É triste ver este tipo de atitudes, diria mesmo que chego a ter “pena” desta gente, tendo em conta que deve ser amargo sentir-se desenraizado, ser-se um povo nómada, sem-terra… Todavia, já é inadmissível e revoltante permitir que estas pessoas invadam as nossas casas, através da televisão, com este tipo de atitudes e disposições.
Todos os dias ouvimos dizer que o Portugal é isto, que Portugal é aquilo, que os portugueses são os últimos em todas as sondagens.... Basta! Parece que nos querem inculcar que somos maus, péssimos, que nada sabemos fazer... A humildade é um sentimento nobre e altruísta mas isto não é humildade, é ingratidão e desprezo por aquilo que somos como povo e como nação. Onde está o orgulho de ser português, onde está o sentir nacional?
Não quero com estas palavras insinuar que somos os melhores e que o nosso país está orgulhosamente bem e que nada precisa de ser resolvido! Não! Entendo, bem pelo contrário, que há muito para fazer, no entanto, o caminho que se tem seguido (o da derrota a priori) não é o melhor, muito menos o mais correcto e sensato.
A melhor forma de demonstrarmos que estamos mal e, por conseguinte, descontentes é agindo, com orgulho e afecto, trabalhando, modificando o que está errado, completando o que se encontra inacabado. As atitudes medíocres e cobardes de apontar o dedo e criticar são fáceis, porém, a coragem de mudar, de abandonar este laxismo, este espírito passivo de derrotados é bem mais difícil...
É imperioso reagir! É fundamental honrar os nossos antepassados, a nossa história, aqueles que, com esforço, amor e coragem, nos deram este pedaço de terra, tornando-o numa nação livre e independente! É preciso seguir o exemplo de muitos outros que, amando Portugal, muito fizeram para o engrandecer!
Se Portugal está mal, se chegou ao estado "cinzento" em que hoje se encontra é, essencialmente, devido a estes sentimentos derrotistas que diariamente nos transmitem e criam, em muitos de nós, uma consciência errada de que nada ou quase nada se poderá fazer porque
somos, à partida, uns incapazes.
Hoje também é dia de CAMÕES e, por isso, finalizo com esta frase d’Os Lusíadas, na qual nos devíamos debruçar e inspirar: "E aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando"!

domingo, 5 de junho de 2005

Um "Monstro" chamado Défice!!

Desde que o Governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio, falou aos portugueses sobre o estado das nossas finanças públicas, esse "monstro" que é o défice, passou a preocupar tudo e todos.
O valor apresentado, 6,83%(do PIB), é dramático, no entanto, foi apresentado nestes termos precisamente para chocar os portugueses e assim "calçar" as medidas impopulares, e nada típicas dos governos socialistas, que o nosso primeiro-ministro, José Socrates, já apresentou e às quais outras irá certamente juntar brevemente.
Ora, este valor tem como critério assumir que nada iria ser feito até ao final do ano para combater esta situação e, por outro lado, assenta em pressupostos que não estão sequer previstos no Orçamento de Estado, que brevemente será inclusive rectificado!
A consciencialização de que "todos temos que pagar o défice" é realmente necessária e José Sócrates conseguiu essa proeza sem diminuir a sua popularidade, mesmo depois de apresentar medidas nomeadamente ao nivel do IVA, segundo um estudo apresentado no Jornal Expresso. As medidas apresentadas pelo nosso primeiro-ministro visam "engordar" as nossas receitas em largos milhões de Euros, o que permitirá amenizar o desfazamento em relação aos valores de convergência definidos no Pacto de Estabilidade e Crescimento, mas será que nestas medidas residem as soluções para o problema das nossas Finanças Públicas? A resposta é obviamente não, até porque esta política orçamental restritiva trará um menor crescimento económico, assim como, um consequente menor desenvolvimento. Todavia, verdade é que as medidas apresentadas são realmente necessárias no curto prazo, uma vez que é fácil de prever que o Banco Central Europeu não será tão flexível como foi com a França, a Alemanha e a Grécia em 2002.
Em relação às medidas de carácter estrutural, que esperemos que sejam apresentadas até ao final do ano, o principal problema a combater parece ser o da nossa Função Pública e o peso do Estado na economia. Se fizermos uma análise comparativa dos valores do peso do Estado na economia em Portugal e nos restantes países da União Europeia, vamos ver que os valores são bastante idênticos, porém, esta realidade não é obstante do facto de, comparativamente com esses países, Portugal ter apresentado sucessivos níveis de crescimento económico muito abaixo dos apresentados pelos mesmos.
Com efeito, as mentes ávidas mais à esquerda, dirão que "se está a atentar outra vez contra os direitos dos funcionários públicos" e que o "Estado tem que assumir um papel importante na economia do país" todavia, a questão é que a realidade não nos permite viver assentes nas utopias que alimentam essas mesmas mentes...

...haja coragem!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2005

Parabéns Vitória de Setúbal

VENCEDOR DA TAÇA DE PORTUGAL - 2004 / 2005

Fica a minha homenagem ao triunfo dos ditos "pequenos" ...

quarta-feira, 25 de maio de 2005

SLB, Glorioso SLB....


CAMPEÕES!!!!

A GLÓRIA PARECE TER, FINALMENTE, VOLTADO À SUA CASA!!!!


Foi complicado, chegou mesmo a parecer inviável....
Para aqueles que nunca deixaram de acreditar: PARABÉNS!!!!

Ser Benfiquista
É ter na alma a chama imensa
que nos conquista....

sábado, 21 de maio de 2005

Desculpas...

Quero pedir desculpas àqueles que têm visitado este Blog e não encontram, há já bastante tempo, um post para ler, reflectir ou mesmo comentar.
Passo a explicar a razão de tal ausência. Os últimos tempos têm sido complicados: Semana de Direito, organizada pela AEDUM; semana de Enterro da Gata; última semana de aulas com quase 40horas ao fim de uma semana.... É compreensível que o tempo que me resta seja usado para descansar!)
Quero, também, informar-vos que, nos próximos tempos, não poderei escrever pois encontro-me a estudar para as frequências. Todavia, prometo que, quando isto terminar, vou escrever alguns posts. Deixo, desde já, alguns temas sobre os quais, eventualmente, me irei debruçar, para aguçar a vossa curiosidade (ou não): Europa e Constituição Europeia; Educação; Aborto; Terrorismo; Imigração; Segredo de Justiça; Eutanásia: Reinserção Social...
Encontramo-nos, então, quando os exames terminarem!

domingo, 1 de maio de 2005

Bloquismo...

Acerca do comunismo e do comunista, ouvi, uma vez, umas palavras, digamos que muito peculiares e interessantes, que diziam mais ou menos isto:
« Uma pessoa nunca pode ser simultaneamente comunista, inteligente e séria: se for comunista e inteligente, não é séria; se for comunista e séria, não é inteligente; se for inteligente e séria, não é comunista».

Descobri no novo e moderno mundo da comunicação uma situação que elucida, de uma forma perspicaz e audaz, o que é ser comunista, versão radical e retorcidamente actual, por outras palavras, o que é ser bloquista.
Trata-se de uma discussão matrimonial entre um "ilustre" bloquista, seguido por uns e ignorado por outros, e a sua esposa:

- Querido, achas que sou bonita?
- Eu não diria bonita, pois trata-se de um conceito adoptado pelas classes dominantes para classificar animais humanos dentro de padrões de beleza culturalmente preestabelecidos.

- Mas, tu ainda me amas?
- O amor é um sentimento inventado pela burguesia com intuito de subjugar os indivíduos a um único modo de pensar a sociedade, tirando-lhes a razão e o senso crítico.

- E depois?
- Depois, nutro por ti um sentimento de comparticipação em interesses de ordem habitacional, económica e sexual.

- O quê? Quer dizer que tu só me queres como mulher-a-dias e prostituta?
- Não se diz mulher-a-dias e sim higienizadora ambiental. E tratar parceiras sexuais alugadas como prostitutas não é politicamente correcto.

- Ah, por que é que não podes ser uma pessoa normal?
- A normalidade é uma convenção imposta.

- Chega, não aguento mais! Quero ver-te morto.
- O que tu desejas é transformar-me num indivíduo metabolicamente inviável.

... Muito bom! Ao autor deste texto, os meus PARABÉNS!

O INFANTE

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separsse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

.... é de facto com orgulho que coloco este Poema aqui! Em muito se aproxima com algumas linhas do meu pensamento e do meu «sentir português»!!!

segunda-feira, 25 de abril de 2005

25 ABRIL 1974 – 31 ANOS DEPOIS

O regime que se instalou no controlo da nação em 1933, cuja figura de proa foi inquestionavelmente Salazar, “caiu da cadeira” com o mesmo.
A opressão (personificada pela PIDE), a censura (que inibia qualquer crítica ao regime), as fraudes eleitorais (que impediam o povo de manifestar a sua vontade), aliadas às condições precárias em que os portugueses, na sua grande maioria viviam, para além dos problemas relativos às colónias (milhares de portugueses foram combater por uma causa que ninguém percebia ao certo...) constituíam os principais motivos de descontentamento do povo que, posteriormente, “tirou a mordaça” e gritou liberdade. Mas foi, de facto, a morte de Salazar o principal motivo para a queda do regime, uma vez que este personificava a austeridade, a liderança, o carisma, a inteligência e a audácia que eram exigidas àquele que comandava (sustentado num regime imposto) o destino de Portugal. Em Abril de 74, gritou-se a palavra “Liberdade” um pouco por todo um país com “fome de Democracia”, e que veio a confirmar este facto com a afluência de cerca de 92% dos portugueses ás urnas, precisamente um ano depois.
Ora toda conjuntura da revolução (exacerbada pelos comunistas, necessitados de afirmação mas parcos em ideias), materializada no golpe que instaurou um regime democrático em Portugal, deixou o país frágil mas finalmente livre (em muitas situações, libertino)!Numa análise feita 31 anos depois da revolução, pode dizer-se que Portugal usufrui finalmente da abertura ao estrangeiro (se bem que perto da quase total perda de identidade), da liberdade de expressão (apesar dos meios de informação não serem exemplares), de eleições com resultados não deturpados (ainda que o facto de deixarem ir a votos determinados partidos não seja um factor muito positivo), de maior equidade no rendimento e no nível de vida (isto apesar dos casos extremos típicos dos regimes capitalistas) enfim, de um conjunto de factores que fazem lembrar o 25 de Abril de 74 como um dia histórico para a nação.
Todavia, o cenário “cor-de-rosa” pintado no pós-25 de Abril está longe de ser limpo e belo. O país evoluiu no entanto está longe da sua evolução potencial e encontra-se, por sua vez, numa situação relativamente boa mas triste quando nos comparamos aos “parceiros europeus”... Será então que os “donos” da revolução e do início da Segunda República se podem congratular e falar dos seus “feitos”, mesmo com os pés assentes neste Portugal fragilizado pelos “feitos” dos oportunistas...?

domingo, 24 de abril de 2005

O Papa João Paulo II....

Muito já se escreveu e falou sobre a morte do Papa João Paulo II no entanto, achei que não deveria deixar passar este acontecimento que marcou o mundo, sem que fizesse umas breves considerações...
É inegável que foi a figura mais marcante da época em que vivemos, não tanto pela posição que ocupava mas pela maneira como viveu e se aproximou de todos.
Mas quem foi João Paulo II? Chamaram-lhe o "Papa dos jovens", chamaram-lhe o "Papa da Liberdade", o "Papa do Ecumenismo".... Outros tiveram a infelicidade e o desplante de o apelidarem de retrógrado, mas sobre estes nada vou falar, porque diante de tamanha ignorância e insensatez é impossível e vã qualquer tentativa de elucidação...
Na minha opinião, foi o verdadeiro " pescador de homens", soube, melhor do ninguém, ouvir e aceitar as posições divergentes com que muitas vezes se deparava, sem no entanto nunca deixar de pregar a palavra e a moral cristã! Amava os jovens, inspirava-se e apelava ao dinamismo e coragem que caracteriza a juventude... soube mais do que ninguém aproximar os jovens da Igreja, dizendo-lhes muitas vezes: "Não tenhais medo....".
Foi, de facto, um homem que nos ensinou bastante não só com as palavras que proferia mas também pela forma como vivia! Dando o exemplo, convidou-nos a darmos o melhor em prol da sociedade e do mundo em que vivemos!
Se para aqueles que, perante tudo isto, ainda conseguem duvidar da grandiosidade deste Homem, talvez nada consigam dizer ou rebater diante da comoção que assolou e fez parar TODO o mundo, aquando da notícia da morte do Papa... Não vimos todos no dia 8 de Abril a união, ainda que por pouco tempo, entre estados adversários, entre poderosos inimigos e entre crentes e não crentes? Que conseguirão, agora, conjecturar os incrédulos? Que desculpas irão inventar?
Antes de apontarmos alguma imperfeição (“pois todos somos imperfeitos mas na imperfeição humana podemos sempre buscar a perfeição dos nossos actos”) ou inventarmos uma situação para o diminuir, não será mais útil deixarmo-nos inspirar por ele, pelo que falou e, sobretudo, pelo legado que nos deixou, a sua vida? Ou este é um desafio muito grande?