domingo, 13 de novembro de 2005

O CRIME DO PADRE AMARO



… e do cinema português!

Quando ouvi falar desta produção cinematográfica imaginei, desde logo, que a trama envolveria uma crítica acérrima à Igreja e a tudo o que a envolve, nomeadamente o voto de castidade dos padres. Perante tamanha publicidade ao referido filme por parte da nossa erudita comunicação social e face a algumas insistências por parte dos amigos, decidi ver este tão divulgado filme.
Superou de facto as minhas expectativas! Não imaginava que podia ser tão mau! Foi, sem dúvida, um verdadeiro hino à pornografia e uma desastrosa e deplorável crítica aos padres e à Igreja Católica, que por ter sido tão exagerada e desajustada da realidade acabou por cair no ridículo e no grotesco.
Qualquer semelhança entre a obra do nosso Eça e este filme é pura ficção… Diria mais, é um atentado à literatura (por muito que considere que esta não é uma das melhores obras de Eça de Queirós) tentar comparar estas duas realidades, é menosprezar o génio do nosso escritor e reduzir a sua capacidade literária a cenas de erotismo.

Pergunto: qual a razão que leva um filme como este a ser tão propagandeado?

6 comentários:

Pedro Teles disse...

Porque não gosta SPSM deste obra, entenda-se o livro, de Eça?
Será porque critica uma das instituições basilares do pensamento de SPSM? Será por isso?

Julgo que sim. E aqui expeculo, apenas, pois nem vi o filme nem li o livro. Mas sei, ainda que muito pouco, a forma como SPSM pensa em relação à Igreja e a necessidade que sente de a defender sempre que alguém a critíca.

Anónimo disse...

Para não variar acho que se trata de uma magnifica obra de Eça e cara SPSM desengane-se se pensa que na jgreja não existem podres...se ainda acredita que os padres cumprem à risca o celibato...então tem de reformular as suas ideias. Quanto ao filme não me pronuncio pois não o vi!!

Sónia Monteiro disse...

Caro PT,
como sabe aprecio bastaNte o génio literário de Eça de Queirós.. Já li várias obras dele, como tb sabe! No entanto,ainda não li esta a que nos referimos, apesar de saber o enredo.

A crítica que o Eça faz à Igreja, e que se revê sobretudo nesta obra, é fruto de uma época e de um contexto que hoje já não vivemos, apesar de muitas pessoas continuarem a ter interesse em usar certos momentos passados, como se fossem da actualidade, para "reforçar" os seus argumentos.

Também, sabemos que a crítica do Eça é acérrima e tem um tom de sátira fantástico, acompanhada por um certo exagero, compreensível se soubermos o percurso biográfico de Eça de Queirós e as ideias e ideais que defendia.

Quanto ao filme, caro PT, esse que aqui critico neste post, porque o vi, considero-o fraco e se tinha a ambição de sustentar uma crítica contra a Igreja fracassou a todos os níveis, pois era extremamente exagerado e desajustado da nossa realidade e qualquer pessoa minimamente inteligente e atenta aperceber-se-ia disso. Não considero o filme mau por criticar a Igreja mas porque podendo criticar não o conseguiu, nem de longe nem de perto.

No que toca à nossa actualidade, caro PT e caro anónimo, nunca disse que a Igreja é perfeita porque isso não é verdade; a Igreja é feita por homens que não têm a pretensão de ser perfeitos.... e como todos os humanos, esses homens tb podemn errar...

Pedro Teles disse...

SPSM

Mais uma vez permita-me que discorde.

Claro que a crítica de Eça se refere ao tempo em que vivia. Que se saiba ele não fez futurologia!
Mas também sabe que grande parte dos autores consideram a obra plena de actualidade.E, como não podia deixar de ser eu concordo com eles, ora repare bem, cara SPSM, quantos Condes de Abranhos existem por este país fora? Quantos Eusebiozinhos? Quantos Carlos da Maia? E não me refiro ao incesto. Porque julga que a obre sub judice não pode ser actual?

E já agaora quantos padres conhece que sejam tal como os descritos no filme (e lembro que ainda não o vi)? Nenhum, julgo eu, então porque afirma tao categoricamente que eles não existem?

Este é o seu problema, sempre que vê um ataque à "Santa Madre Igreja" SPSM tem logo que vir em sua defesa, independentemente de qual seja a acusação, seja ela uma obra de Eça, ou outro autor talvez mais contemporâneo, seja um filme, seja o que for.

Desde que ataque a Igreja o realizador já sabe que terá uma acérrima crítica por parte de SPSM.

Era isto que eu queria dizer num commente que fiz, e nada mais.

Sónia Monteiro disse...

"Este é o seu problema, sempre que vê um ataque à "Santa Madre Igreja" SPSM tem logo que vir em sua defesa, independentemente de qual seja a acusação, seja ela uma obra de Eça, ou outro autor talvez mais contemporâneo, seja um filme, seja o que for. " - Caro PT, não sou cega, nem irrealista... tenho os pés mais ou menos assentes na Terra... Apesar de insinuar que sou incoerente e fanática, apenas lhe digo mais uma vez:
- nunca me ouviu dizer que a Igreja só realizou boas obras ou que nunca errou, portanto não percebo tamanha afirmação... De certo que não me conhece!Ou não pode ver ng a defender a Igreja?

- Entendo que a Igreja como instituição humana já errou, erra e pode errar, no entanto os princípios em que se baseia e a moral que ensina são para mim mais fortes, não permitindo que faça como muitos: julgue o todo pela parte! No meio de todas os actos da Igreja, continuo a achar que fez muito mais coisas boas do que más!
- A obra em causa é o Crime do Padre Amaro e não as que faz refeRÊncia quando apresenta algumas personagens. De certo que não viu o filme porque então entendia que a crítica é exagerada e desajustada da realidade e então perceberia que não venho aqui defender cega e fanaticamente a Igreja mas apenas expor que na minha opinião o filme é completamente desajustado da realidade e da obra do grande Eça.

E caro PT e sempre que for preciso defender a Igreja e a fé cristã, sobretudo, quando está a ser exagera e injustamente atacada, eu defenderei com todo o orgulho e frontalidade.
Agora não tenha a pretensão de generalizar as minhas palavras quando o que fiz foi falar de um caso em particular.

Anónimo disse...

intiresno muito, obrigado