quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A ocasião faz o ... Teste!

Ontem de manhã, confrontado com a necessidade de me deslocar para o trabalho que desta vez foi em Lisboa, entro num Táxi e qual não é o meu espanto quando oiço na rádio um programa que tinha por tema algo equivalente a "Foi Salazar um Grande Português?".

Com a Frase de
Adolfo Mesquita Nunes ainda bem presente,

"Qualquer sondagem que não exclua os taxistas deste país escancará o
quanto alguns portugueses admiram Salazar. Que lhes seja dada voz. Talvez se
aprenda algo com isso."

logo vi que a situação poderia ter piada e decido fazer um comentário muito genérico, não revelador da minha opinião, à espera de reacções.

A resposta foi: "Claro que foi um grande português e quis o melhor para o país", fundamentando depois e dizendo também que ao mesmo tempo o seu pior erro foi instalar a cultura do medo em Portugal.


Na mouche!!!

Enfim, uma forma engraçada de começar o dia.

2 comentários:

Pedro Teles disse...

Não posso concordar com essa expressão: "foi um grande português porque quis o melhor para o país", ela trás em si um fatal erro de considerar que basta querer que tudo isso perdoa, ou como popularmente se afirma: "o que conta é a intenção". Aquilo que alguém considera ser o melhor pode não fazer dele necessariamente um grande português, ou um grande cidadão de qualquer um dos países.

Se essa expressão fosse avante quer dizer que também Hitler foi um grande alemão, afinal ele so quis o melhor para a Alemaha e para o povo alemão, Stalin um grande russo, ois só quis o melhor para a Rússia, Fidel Castro o melhor para Cuba; os exemplos pulalam pela história e pela actualidade mundial de muitos que só querendo o melhor não foram nem serão, a meu modesto ver, grandes em coisa alguma. São aquilo que o demonstraram, sem intenções de querem ou nao querem o melhor, e foram acima de tudo ditadores com politicas de medo, de sectarização, de dependiacia regional, de combate a tudo que estivesse do outro lado da sua visão.

Salazar será sempre recordado pelo aquilo que foi, um ditador. Ele e todos os outros pois esqueceram-se do povo, preferiram sobretudo o poder desmesurado. sem regras e sem limites. Isso não faz de ninguém um grande ou pequeno nacional.

HMAG disse...

A minha opinião é a mesma de quando me iniciei a escrever aqui no filtragens:

http://filtragens.blogspot.com/2005_04_01_filtragens_archive.html


Salazar foi um homem com qualidades pessoais inegáveis, mas foi também e acima de tudo um ditador.

A comparação do taxista veio a propósito do post do Arte da Fuga. Não quis em momento algum dizer que concordei com tudo o que o táxista disse! :)