domingo, 13 de novembro de 2005

Violência em França

Opressão na “Nação da Liberdade”

Há um tempo atrás escrevi sobre a imigração e aquilo que considerava a esse respeito. Defendi que a imigração deve ser restringida face às condições e ofertas económicas e sociais de cada país. No entanto, a partir do momento em que um país recebe legalmente os seus imigrantes, deve procurar proporcionar-lhes uma vida condigna. Há, de certo modo, um dever implícito no momento em que um país acolhe deliberadamente imigrantes.

A França, a grande nação da Liberdade, enfrenta agora um problema de inserção e revolta social… A opressão policial não tem sido a melhor solução e as palavras do Ministro do Interior francês (“são uma escumalha”) não foram de facto as mais adequadas.
Onde estão os ideais franceses? Liberdade? Fraternidade? Igualdade? Será que os franceses apregoaram tanto pelos quatro cantos do mundo que se esqueceram de os divulgar no seu próprio país?
E Portugal? Será que Lisboa, os bairros de Lisboa estão ameaçados?

8 comentários:

Anónimo disse...

Se calhar é isso mesmo... Se calhar o país da Liberdade não soube acolher condignamente os seus imigrantes,e o resultado é este. Bem, pelo menos que nos sirva de lição e tenhamos mais atenção para com os imigrantes que, quer queiramos, quer não, continuam a chegar ao nosso país. Que aprendamos com os erros (coisa que não costumamos fazer!) para que tais situações não se venham a verficar. Repensemos a forma como acolhemos e tratamos os nossos imigrantes, para que depois não vejamos as pessoas a apelidá-los de "escumalha", muito menos os próprios governantes.
JMS

Anónimo disse...

Se calhar...

Anónimo disse...

Quanto à tua questão, SPSM, penso que se continuarmos a olhar para os imigrantes como um estorvo e a encurralá-los em bairros sociais, à sorte, sem nos preocuparmos em dar-lhes a qualidade de vida possível e fazendo com eles uma correcta integração, estamos sujeitos ao mesmo.
JMS

Anónimo disse...

Falta referir que não são só franceses, filhos de imigrantes que estão envolvidos nos tumultos. Afinal também lá estão franceses, filhos de franceses (ius sanguinius) que também vivem nos bairros sociais e participam nos tumultos (há certas coisas que os noticiários persistem em só mostrar uma parte e não o todo, assim como não são só árabes e africanos subsaarianos, também estão lá portugueses). Por isso, não é só uma política relativa à emigração que está em causa mas toda uma política social que não trata condignamente os cidadãos que se encontram em certas e determinadas situações. Quanto à pergunta acerca dos bairros de Lisboa, só digo que ainda não se passou nada de semelhante porque somos um país que está a acordar para esta realidade e este fenómeno ainda não tem as dimensões que tem no resto da Europa. Mas para lá caminhamos, se o nosso Estado Social se encontra a milhas de distância do congénere francês ou alemão, imagino o que será isto daqui a uns anos!
JAMC

Pedro Teles disse...

Mais uma vez, plenamente de acordo com JAMC. A solução, cara SPSM, é conseguir reestruturar o Estado Social, conseguir que este se consiga manter finaceiramente capaz para ajudar aqueles que precisam, bem como suficientemente capaz de se proteger de ataques daqueles que se disfarçãm de necessitados.
Só assim, com um Estado Social forte e capaz será possível não ver nas lusas ruas o que se passa em Paris.

Sónia Monteiro disse...

Acha que caminhamos para um Estado Social forte e capaz, caro PT?

Anónimo disse...

SPSM, não sei se estaremos no caminho certo para um estado social mais forte (mas estou convicto de que pode ser possível),alias, o nosso estado gasta perto de metade do orçamemto com a administração pública e toda a gente sabe que ela está longe de funcionar ao nível das suas congéneres europeias. Por isso, e tentando ser o mais sintético possível, este pode ser mais forte através de uma recondução dos recursos financeiros e de uma consequente reestruturação do mesmo estado social português.
JAMC

Pedro Teles disse...

Claro que penso que caminhamos para um Estado Social mais capaz, é para isso que todos nós estamos a fazer sacríficios.