sexta-feira, 29 de julho de 2005

CICLO DE CHAMAS

Todos os anos, no Verão, somos confrontados com estas notícias: vaga de incêndios destrói hectares de floresta, incêndios arruínam a vida de muitos pastores e agricultores, bombeiros combatem exaustivamente as chamas, o país está a ser destruído pela voragem dos incêndios e o desânimo tomou conta das populações... E todos os anos somos “tranquilizados” com a notícia de que “irão ser tomadas medidas de prevenção”, no entanto, no ano seguinte, as mesmas notícias surgem no ecrã das nossas televisões, nos jornais, nas rádios, parece um ciclo, ao qual os portugueses, infelizmente, já se habituaram.
Este ano estamos novamente a assistir a uma intensa devastação das nossas florestas. A conjuntura "muito grave" dos incêndios em Portugal já levou o governo em anteriores situações a pedir apoio à União Europeia.
Todos os anos, para minimizar esta vaga de incêndios que assola Portugal, o governo lança mão de medidas de apoio para com as vítimas dos incêndios. Todavia, estas medidas só irão reparar o problema nunca resolvê-lo. Ficam sempre por decidir medidas pragmáticas e eficazes, a curto e longo prazo, que ponham um ponto final a este grave ciclo de incêndios.
Há décadas que Portugal regista, ciclicamente, fogos nas suas florestas. E com idêntica regularidade são posteriormente realizadas várias reuniões, onde os responsáveis declaram terem aprovado novas medidas para a época seguinte. Não duvido da honestidade e da esperança dos responsáveis contudo parece-me legítimo afirmar que estas reuniões que todos os anos se realizam não resolvem nem nunca resolveram este grave problema nacional.
Urge apostar na prevenção: aumentar significativamente o corpo de guarda-florestais, distribuindo-os por todo o país e premiando aqueles que no final de cada época não tenham registado incêndios no perímetro da sua guarda.
Para auxiliar os guarda-florestais, parte do Exército deveria ser destacado todos os anos para o terreno, para fazerem vigilância, abrir caminhos, defender as populações e auxiliar os bombeiros, em vez de permanecerem nos quartéis. É ou não função e missão do Exército defender o território nacional??
Segundo as estatísticas, a maior parte dos incêndios é de origem criminosa. Contudo, não se pode pensar que se são todos fogos postos, ninguém tem culpa e não há nada de muito diferente a fazer, a não ser deter e penalizar o infractor. Bem pelo contrário, é imperioso compelir os proprietários e o próprio Estado a manterem as suas propriedades florestais limpas, visto que mais de metade dos 500 mil proprietários florestais têm os seus terrenos ao abandono e tendo em conta que apenas arde aquilo que está abandonado e que não tem qualquer tipo de ordenação ou planeamento.
É, portanto, fundamental investir no planeamento florestal, pensar num reflorestamento ordenado e sustentado e é indispensável coagir os proprietários florestais, através de multas ou penas, a cuidar das suas propriedades florestais.
Poderá parecer que as medidas enunciadas e os recursos financeiros que elas implicam sejam incomportáveis mas se fizermos as contas do que anualmente se gasta no combate aos incêndios, não esquecendo os custos ambientais que as áreas destruídas provocam, certamente se concluirá o quão estas medidas são urgentes e eficientes.

NO COMBATE AO TERRORISMO

Questão actual e de difícil compreensão e resolução para uma cultura ocidental…

A solução mais óbvia que nos aparece quando falamos no combate ao terrorismo será, provavelmente, a erradicação do subdesenvolvimento económico e social, salvaguardando a adequada formação do indivíduo, nomeadamente ao nível de valores universais. No entanto, ao mesmo tempo que nos parece óbvia afigura-se, de igual modo, como quase utópica.
Todavia, as medidas a curto prazo que se têm desenvolvido, sobretudo no âmbito da segurança policial e controlo da imigração, são extremamente importantes mas convém não esquecer que não combatem o mal pela raiz, outras medidas precisam já de ser tomadas.
Assim, ao nível económico e social, algumas medidas de longo prazo deveriam ser efectuadas junto dos países mais pobres, visto que é de nações dilaceradas do terceiro mundo que emergem as maiores redes de terrorismo. Neste sentido, uma grande percentagem da ajuda internacional aos países pobres deveria atribuir-se e concentrar-se nos aspectos prioritários: como o ensino elementar, a assistência médica, programas alimentares e de planeamento familiar. Da mesma forma, a promoção de reformas internas que favoreçam o desenvolvimento humano e profissional seriam fundamentais para promover um progresso sustentado nos países mais pobres. Estas sugestões, ao contrário de outras que estão a ser levadas a cabo por algumas nações, não têm a pretensão de impor ou interferir na cultura do próprio país mas, antes, promover nestes um desenvolvimento e um crescimento sustentado. Deverá procurar-se não dar os peixes mas ensinar-se a pescar.
Não esquecendo o papel do mass media, é importante reflectir que, muitas vezes, exercem uma influência negativa, designadamente ao nível da publicidade que dão aos actos terroristas, propaganda e notoriedade, por sua vez, amplamente desejada por estes.

O Caso especial da Al-Qaeda

A Al-Qaeda emergiu da guerra no Afeganistão que envolveu a União Soviética e Osama Bin Laden esteve no meio destes guerrilheiros desde o início da formação desta rede de terroristas, contribuindo fortemente para o crescimento desta.
Segundo Maria do Céu Pinto, docente e investigadora do departamento de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade do Minho, Bin Laden lançou uma nova versão do Islão, que se caracteriza pela total aversão à modernidade e à entrada dos países ocidentais no mundo árabe.
Em 1998, Bin Laden anunciou o seu programa de acção em três etapas distintas:
- Numa primeira fase, o objectivo era religioso: expulsar os “infiéis”, os não muçulmanos;
- Depois, a Al-Qaeda tinha como finalidade expulsar os americanos que exploram os poços de petróleo do médio oriente;
- Em terceiro lugar, estava prevista a conquista e conversão ao Islão do mundo ocidental.
No entanto, a história, principalmente os acontecimentos dos últimos anos indica-nos que os islamistas saltaram as duas primeiras etapas e fixaram-se no inimigo externo, isto é, no mundo ocidental.
Totalmente de acordo com Maria do Céu Pinto, o radicalismo dirigido ao mundo ocidental é forçosamente resultado da presença do ocidente nos países árabes.
O combate a esta organização passa pela adopção de várias medidas mas a menos eficaz, pelo que se tem visto, é a militar. Basta recordar as consequências pretendidas que não se verificaram após o bombardeamento do Afeganistão: a Al-Qaeda mantém-se e os ataques não terminaram, bem pelo contrário, intensificaram-se.
Combater a Al-Qaeda passará por combater as fontes do radicalismo e instabilidade nos países do Médio Oriente. A ajuda internacional é importante mas não pode ser imposta, a cultura islâmica é extremamente nacionalista e deve, antes de tudo, ser respeitada.

quarta-feira, 13 de julho de 2005

Alberto João Jardim

O "ilustre" presidente do Governo Regional da Madeira invade constantemente os nossos espaços noticiosos devido às intervenções "irreverentes" e "ridículas" ...
Nos últimos tempos por duas vezes chegou a ser motivo para reacção oficial do próprio Partido...
Uma a propósito dos jornalistas do Continente, os quais apelidou de bastardos, para não lhes chamar... um outro nome bem menos adequado. Mais recentemente, referiu-se aos chineses como indesejáveis entre outras coisas...
Penso nisto e lembro-me de uma frase que oiço vezes sem conta sobre esta mesma personagem: "O homem é um colosso, tem imensa piada!!" e a conclusão a que chego é sempre a mesma: pena que tenha sido eleito para um cargo político, para representar e defender uma parte de um país e não para artista principal de uma companhia de circo ou de um pograma do tipo Malucos do Riso! (a associação a este programa em concreto não é feita ao acaso e tem claramente a ver com a qualidade das piadas) .
A nossa "classe política" tem muitos defeitos e não será certamente um exemplo, no entanto, mesmo assim, talvez não mereça e fique bem a perder se alguem ouvir este senhor e tomar o todo pela parte!!!

segunda-feira, 4 de julho de 2005

IMIGRAÇÃO

UM OUTRO PONTO DE VISTA PARA DIZER NÃO À AUSÊNCIA DE CONTROLO SOBRE A IMIGRAÇÃO….

O debate na nossa sociedade em torno do fenómeno da imigração é, de um modo geral, muito redutor pois choca com questões delicadas, onde muita gente tem medo de afirmar o que efectivamente pensa, sob pena de ser imediatamente julgado. E para confirmar esta ideia basta recordar o episódio novelesco que se desenrolou na Assembleia da República após Paulo Portas ter falado em políticas de restrição da imigração. Imediatamente se fizerem ecoar vozes discordando completamente do ex-líder do Partido Popular, chegando alguns políticos a comparar Paulo Portas com Le Pen…
O argumento de que os imigrantes vêm fazer o trabalho que os nacionais não querem fazer é bastante falacioso. O povo português nunca teve medo de trabalhar e pelo que se consta o desemprego nunca chegou a ser zero. Era bom que as pessoas só fizessem aquilo que gostam ou querem fazer!
Então qual o trabalho que abunda em Portugal e a que muitos imigrantes se sujeitam?
Resta-me concluir que o trabalho que existe em Portugal e a que se sujeitam os imigrantes ilegais é aquele onde as leis laborais são tudo menos respeitadas. Trata-se de um trabalho intensivo e com salários irrisórios, ao qual nenhum cidadão se deveria sujeitar. Trata-se de uma concorrência ilegal para aqueles que procuram uma justa remuneração pelo seu trabalho. Deste modo, muitos nacionais partirão para outros países em busca de melhores salários.
A imigração nestas condições é, segundo o que alguém e muito bem afirmava, “UMA TRANFERÊNCIA DE RIQUEZA DOS BRAÇOS DO TRABALHADOR IMIGRANTE PARA A CARTEIRA DO «EMPRESÁRIO» QUE O EXPLORA!”
Este problema do trabalho desencadeia um outro de igual gravidade. Estes imigrantes precisam de um local para viver. Será que o nosso mercado imobiliário lhes pode fornecer habitação a um preço que eles podem pagar? Não somos um país rico e não podemos garantir ou facilitar aos imigrantes o acesso a uma casa, quando isso já é inviável para os nacionais!
A maior parte destes imigrantes, como todos nós sabemos, recorrem aos nossos vergonhosos bairros, intensificando a estratificação social já existente e dando azo à formação de bandos delinquentes.
É preciso travar esta onda de imigração que ultrapassa o limiar da dignidade humana dos imigrantes.
Todavia, face a esta realidade há ainda quem diga: "Como é que nós, um país de emigrantes, podemos recusar a entrada a essas pessoas que escolheram o nosso país para tentar uma vida melhor?” Não se trata de recusar mas sim de evitar que se sujeitam às condições de trabalho desumanas que alguns empregadores exigem.
Muitos são aqueles que imigram para Portugal com a promessa de um contrato de trabalho digno e bem remunerado e quando chegam cá nada disso existe. Criando-se uma política de imigração restritiva, garante-se que todos possam ter a oportunidade de uma vida melhor, sem ter que se sujeitar a condições desumanas.
Portugal está numa posição geográfica ideal para controlar o acesso de imigrantes clandestinos. Estamos rodeados por mar em metade do nosso território e na outra metade fazemos fronteira com um país mais rico e desenvolvido.

Quanto às questões de acolhimento e inserção social conexas com a problemática da imigração, é preciso desenvolver projectos nacionais neste sentido.
A educação deve ser um dos pilares das políticas de integração. Ao formar os imigrantes e os seus filhos, o Estado contribui incomensuravelmente para que se sintam plenamente cidadãos tal como os demais, de modo a que se adaptem aos usos e costumes de uma terra nova.
As associações ou instituições privadas de solidariedade, também, devem ter um papel importante e activo este contexto.
No entanto, aqueles que se recusam a integrar na nova comunidade de acolhimento, quando todas as condições para o fazerem são oferecidas, e enveredam pela via da criminalidade para atingirem os seus fins, a estes devem ser aplicadas medidas especiais, nomeadamente uma viagem de ida para o país de origem.
Convém acrescentar que não é através de manifestações obtusas que se resolverão estes problemas associadas à imigração… A luta pela preservação da identidade nacional deve começar por nós mesmos e não pelos outros. Se estas mentes que se dizem ultra-nacioanais se manifestassem contra a indiferença que os próprios portugueses revelam pelo seu país e procurassem auxiliar aqueles que legal e justamente entram em Portugal, facilitando a sua integração e acomodação às regras e costumes do nosso país, estariam a ser mais coerentes com a aquilo que apregoam.

domingo, 3 de julho de 2005

O Papel do Canudo...

Nenhuma sociedade pode oferecer empregos de doutor, administrador e engenheiro para toda a gente. Não é vergonha nenhuma ser empregado de balcão ou operário da construção civil.

Nas sociedades mais desenvolvidas essas profissões proporcionam uma qualidade de vida perfeitamente aceitável. Mas aqui, em Portugal, a realidade parece ser outra não só em termos económicos mas também em termos sociais… Para muitas pessoas nem todas as profissões são dignas e ter um canudo é sinónimo de estatuto social.
É preciso inverter esta ideia. As Universidades não são para toda a gente… São apenas para aqueles que têm como objectivo (inclinação) realmente estudar e tirar um curso superior e se esforçam por isso…
Urge oferecer saídas profissionais àqueles que terminam o 12.º ano, uma vez que grande maioria daqueles que terminam o secundário tem apenas dois caminhos viáveis: Universidade ou (Des)emprego.