terça-feira, 22 de abril de 2008

O Convertido


José Saramago

quarta-feira, 16 de abril de 2008

...

"O espaço cultural é a capela dos nossos dias. Os governantes e abastados do passado mitigavam as suas culpas custeando a construção de conventos e igrejas. Nos nossos tempos os pecados da política e da economia aliviam-se dizendo que se vai fazer um espaço cultural."
Data: 20080415
Fonte: Público

segunda-feira, 14 de abril de 2008

[Momento Intimista]

Depois das queimadas as chuvas
Fazem as plantas vir à tona
Labaredas vegetais e vulcânicas
Verdes como o fogo
Rapidamente descem em crateras concisas
E seiva
E derramam o perfume como lava

E se quiséssemos queimar animais de grande porte
Eles não regressariam. Mas a morte
Das plantas é sua infância
Nova. Os caules levantam-se
Cheios de crias recentes

Também os corações dos homens ardem
Bebem vinho, leite e água e não apagam
O amor

[Daniel Faria]

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A história da cinderela contada às crianças sem nos chamarem cotas

Tirado do blogue de Sebastião Marques Lopes, haetaleocamandro:

"Há bué de time havia uma garina cujo kota dela já tinha parado o motor e ela vivia com a madrasta, que era uma granda malaika e as xungas das filhas dela. A Cinderela, Cindy prós mais chegados, lhe privavam bué no cubico e lhe punham a salar p'a caraças, sem tempo sequer pra enviar uns emails assim de fininho. Por causa dessa alta cena marada, a dama só queria desmarcar do cubico, porque a madrasta fazia-lhe bué de cenas fatelas.

É então que a Cindy fica a saber duma ganda boda que ia surgir: do bom casório!

A damah curtiu bué da ideia, mas as outras chavalas deram souberam e xibaram-se na kota. Ela ficou bem paxada, mas depois de andar à toa um coche, surgiu axim uma fada porreira que lhe fezou uns griffes fixes, que por sua vez lhe ficaram bem bala, ficou "be’ boa". Só que ela só podia ficar na party até a hora 24. A damah captou da ideia e foi pró puro baile. Ao entrar na party, galou um boy aí e cheio da massa e que, por sua vez, as damas não lhe largavam, o puto mirou nela também e lhe curtiu bué, lhe sondou assim de longe e começou logo a pensar (cena ke era be difícil pa exe damuh).

Aí a Cindy deu-lhe dakeles olhares e olha foi "ól naite long" até que ao ouvir as 12 batidas a dama teve que dar o desmarque e correu. O puto ficou lixado ao ver a fezada da noite a bazar e deu-lhe so assim ke komexou a correr bue, mas só encarou um dos pisos da dama.

No dia seguinte pega no puro boter e baza à procura de um xispe que entrasse no sapato que a damah deixou. Como ele era um ganda mano, alguém deu a dica onde a dama poderia viver e conseguiu encontrar o cúbico dela. Só o nervo das outras damas quando souberam que eles iam juntar os trapos, nem vos conto...

No fim, a garina e o dred se fizeram o puro feicho e epá, tipo que foram felizes para sempre."

Frases do Dia

"A cinco jornadas do fim do campeonato e perante o diz que disse dos últimos dias, o melhor é comer uns rojões e sorrir um bocado. A azia passa com Kompensan e Águas das Pedras"

Manuel Cajuda sobre o Presidente do Benfica ao Jornal O Jogo


"O Mário (Machado) é uma pessoa muito inteligente, que passou de uma posição em que defendia os soldados de rua para outra em que defende os soldados políticos"

José Pinto Coelho, líder do PNR, no DN


"(...) há mentes pornográficas nas quais nenhum princípio tem guarida."

Fernanda Câncio, sobre as criticas do PSD, no DN

quarta-feira, 9 de abril de 2008

"O que tu queres sei eu pah!"

[Pausa]

Naqueles dias, levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei venerado por todo o povo, e mandou sair os Apóstolos por uns momentos. Depois disse: «Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a estes homens. Há tempos, apareceu Teudas, que dizia ser alguém, e seguiram-no cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada. Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu, que arrastou o povo atrás de si. Também ele pereceu e todos os seus partidários foram dispersos. Agora vou dar-vos um conselho: Não vos metais com estes homens: deixai-os. Porque se esta iniciativa, ou esta obra, vem dos homens, acabará por si mesma. Mas se vem de Deus, não podereis destruí-la e correis o risco de lutar contra Deus».
[Actos 5, 34-42]

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ja' dizia o outro ... 50% do trabalho esta' feito!

"(...) só Bruno Paixão viu uma falta (?) a preceder o golo que Matheus marcou aos 61' - e houve tempo ainda para Linz atirar ao ferro. O Sporting geriu a vantagem e concretiza o início do assalto ao segundo lugar a que se propõe"

in oJogo

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O novo casamento

Não sei se o meu currículo (quatro casamentos; dois com a mesma pessoa) me impede de escrever sobre essa venerável instituição, se ainda é venerável e, sobretudo, instituição, que, suponho, seguindo o admirável Zapatero e o amor nacional pelo "moderno", o PS pretende agora reformar. O casamento era, para o Estado, um compromisso legal e, para a Igreja, um sacramento. Criava deveres, como criava direitos. Mas, segundo Alberto Martins, parece que já não deve assentar na lei, seja ela qual for sempre coactiva. Deve assentar na consoladora liberdade do afecto. Ou, por outras palavras, deve passar de um contrato perpétuo a uma espécie de encontro temporário, logicamente revocável, se o afecto de qualquer das partes, por natureza etéreo e fugidio, deixar de existir.
O PS também pretende abolir a culpa do processo de divórcio, abolindo o divórcio litigioso. Para começar, porque a própria noção de culpa tresanda a cristianismo e à sua variante católica, tradicionalmente obcecada pelo pecado da carne e pela influência corruptora da mulher. E depois porque a consciência contemporânea se emancipou da culpa, quando não se trata de multiculturalismo ou feminismo, de pedofilia ou de ambiente, ou, pior do que isso, de um atentado cego e celerado contra o nosso divino corpo, como por exemplo fumar um cigarro. Aí o Estado não hesita em proibir e punir. Quanto ao resto, o Estado pretende, e muito bem, tornar fácil o prazer, que nos justifica e alimenta. A inconveniência de um cônjuge ou o estéril escrúpulo de o abandonar pode (vem nos livros) coibir esse prazer. Declarar o afecto caduco resolve o assunto.Infelizmente, não ocorreu ao PS (como antes não tinha ocorrido ao Bloco) que o novo casamento, se merece a palavra, só beneficia a classe média próspera. E, dentro da classe média próspera, beneficia o homem mais do que a mulher, porque evidentemente o homem ganha em média mais do que a mulher. Quanto à multidão que sobra, e pela mesma razão, a vantagem do homem é arrasadora. Fora que o mercado de trabalho favorece o homem e desfavorece a mulher (invariavelmente a última contratada e a primeira despedida) e que a mulher fica em geral com os filhos, um encargo sem preço. Dito isto, falta esclarecer um mistério: para que serve agora o casamento de homossexuais?

28.03.2008, Vasco Pulido Valente

quarta-feira, 26 de março de 2008

Chamem-lhe o que quiserem ...

mas ... amigável?!?!

sábado, 22 de março de 2008

“Não há almoços grátis”

"(...) Apesar de sua simplicidade e importância, um estudo dos professores Paul J. Ferraro and Laura O. Taylor da Georgia State University sugere que muitos estudantes de economia e, pior, muitos professores de economia têm certa dificuldade em compreender o significado de custo de oportunidade. Ferraro e Taylor perguntaram a quase 200 professores da American Economic Association, a seguinte questão:

“Você foi premiado com um ingresso para ir assistir um show do Eric Clapton (o qual não possui valor de revenda). Bob Dylan se apresentará na mesma noite e é sua segunda melhor atividade alternativa. Um ingresso para o show de Dylan custa $40. A qualquer momento, você estaria disposto a pagar até $50 para assistir ao Bob Dylan. Suponha que não há outros custos para assistir qualquer um dos artistas. Baseado nessa informação, qual é o custo de oportunidade de assistir ao Eric Clapton? (a) $0, (b) $10, (c) $40, or (d) $50.”
Apenas 21.6 por cento dos professores escolheram a resposta certa (...)"

quarta-feira, 19 de março de 2008

Sem Comentarios

Pinto da Costa

"Até tenho boas memórias dos jogos com a Grécia (...)"
Scolari

"Êxito que está a ser vivido no Iraque é inegável (...)"

terça-feira, 18 de março de 2008

U.$.A.

Revista Time

domingo, 16 de março de 2008

Dura Praxis, Sed Praxis

Sim, ainda a praxe. Parece que afinal, nos dias que correm, ainda se descobrem ai uns "abutres" que gostam dessas "práticas selvagens"! Mais um texto que descreve a praxe como ... alegria, companheirismo ... saudade!

E esta hein?!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Desafio(-vos) (1)

E o desafio consiste na simples tarefa de atribuir uma palavra a cada um dos numeros de acordo com a sua posicao relativamente aos eixos. Eu dou o mote, claro!

1- Retorica

2- PNR

3- Acompanhantes de Luxo

4- Carla Bruni

quinta-feira, 13 de março de 2008

Proverbios (2): Em casa de ferreiro, espeto de pau.

"Eliot Spitzer hit bottom. For a man who so often seized the moral high ground, it was an excruciating fall. Clad in his trademark starched white shirt, the governor resigned, sunk by his stunning patronage of a high-end prostitution ring. "I cannot allow my private failings to disrupt the people's work," he said. "To every New Yorker, and to all those who believed in what I tried to stand for, I sincerely apologize...I look back on my time as governor with a sense of what might have been(...)" link

Foto da jovem a quem ele pagou cerca de 2800 euros

<<"Recently, Spitzer signed a measure increasing penalties for men caught paying for sex, who can now go to jail for as long as a year.">>

Proverbios (1): Pais galegos, filhos barões, netos ladrões

Um post (muito bom) do Joaquim no Portugal Contemporaneo:

<<"From clogs to clogs is only three generations". Este provérbio inglês, traduzido à letra, significa: de tamancos a tamancos são só três gerações. Se alguém enriquece e larga os tamancos, a segunda geração raramente consegue manter o património e a terceira volta aos tamancos.Gosto de citar este provérbio pela sabedoria popular que contém e porque não conheço nenhum equivalente em português. Contudo basta olhar à nossa volta para confirmarmos esta verdade. São raras as famílias que conseguem manter o seu património ao longo de várias gerações.Não faz qualquer sentido, portanto, atribuir a pobreza e a exclusão ao poder associado aos grandes patrimónios. (...) Os pobres que estejam genuinamente interessados no futuro dos seus filhos devem portanto lutar pelo capitalismo com todas as suas forças. Alguns descendentes poderão até enriquecer mas devem continuar humildes porque "from clogs to clogs is only three generations".>>

quinta-feira, 6 de março de 2008

Gostava mesmo de ter escrito isto!

Em resposta a este post do Pedro:

Todos Contra Todos

"Tornou-se snob criticar os professores. Como se fossem os responsáveis pelas passagens administrativas para cumprir metas europeias por via de um facilitismo terceiro-mundista."

Pedro Morgado

Surge este comentario:

"Este é um cenário em que faz todo o sentido a velha máxima de dividir para reinar. Elegem-se algumas classes, apontam-se-lhes os privilégios e consegue-se mobilizar uma boa parte da opinião pública contra elas.

Já constámos que o arrastar crónico do país é culpa dos funcionários públicos, que encontram sempre um artigozito que lhes permite ir de férias ou então ficar na “repartição” a fazer tudo menos trabalhar. São uns mandriões, diz-se. Dedução lógica: é bem feita que lhes tramem a vida.
Já verificámos que os professores são claramente os responsáveis pela ineficiência do nosso sistema de ensino, pois estão sempre dispostos a faltar. São uns incompetentes, pensamos. Dedução lógica: é bem feita que lhes tramem a vida.

Já percebemos que o que vai mal na saúde se deve aos médicos, que também passam o tempo em férias à custa dos laboratórios e afins ou então a desviar utentes do SNS para os seus consultórios. São uns interesseiros, argumenta-se. Dedução lógica: é bem feita que lhes tramem a vida.

Já vimos que os males da justiça se devem aos juízes, que passam igualmente o tempo de férias ou então a ler romances em vez das resmas de processos que se acumulam nos seus gabinetes. São uns privilegiados, ouve-se. Dedução lógica: é bem feita que lhes tramem a vida.

Já entendemos que os problemas no mundo da comunicação se devem aos jornalistas, habituados também a férias pagas por alguém a troco de uma noticiazinha favorável. São uns vendidos, asseguramos. Dedução lógica: é bem feita que lhes tramem a vida.

Já notámos que a culpa da insegurança é dos agentes da autoridade, uns barrigudos que preferem ficar dentro de portas em frente a computadores que não sabem utilizar em vez de andarem na rua. São uns medricas, afirmamos. Dedução lógica: é bem feita que lhes tramem a vida.

Os empresários querem explorar os trabalhadores, os sindicalistas querem usar o estatuto que têm para nem sequer pôr o pé no posto de trabalho, os políticos querem tacho para ganhar dinheiro porque são uns comedores... e por aí fora.

Assim é fácil. Basta pegar em alguns maus exemplos que existem em todas as profissões, generalizar à classe inteira e conseguir o apoio da população para medidas muitas vezes gravosas para o futuro do país. E nós vamos aplaudindo alegremente, até que alguém atinge os nossos direitos. Mas, aí, o mais provável é que os outros aplaudam a nossa desgraça. É triste nivelar por baixo!"


Comentario por Lois Lane neste post do Avenida Central

quarta-feira, 5 de março de 2008

Cursos para todos ("Gandas Oportunidades")



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

[Nótulas soltas]

Tudo na vida tem dois sentidos
interpretativos: o sentido literal e o sentido
experiencial.

Tudo a ver!

Religião e Sexo ... [aqui]

Parabéns!


"Acima de tudo na vida, temos necessidade de alguém que nos obrigue a realizar aquilo de que somos capazes. É este o papel da [nossa] amizade."

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Hoje vim trabalhar de boleia ...

Hoje os senhores dos "U-Bahn", sistema de metro em Colonia, decidiram fazer greve ... a 100%! Enquanto me iam dizendo que nao e' normal e que nao tem uma cultura de greve aqui e tal questionei ... "Mas nao tem a funcionar servicos minimos, nem uma rede alternativa de autocarros, nem algo parecido?" ... Nao, nao tem! Alias, o unico sistema que substitui o Metro hoje em Colonia sao os taxis, "inflacionados" pela lei da procura e da oferta, hoje, bastante "viciada"!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Precedentes "Fracturantes"!

Depois do Kosovo ... Transdniestria, Abkházia, Ossétia do Sul e República Srpska, todos parecem estar dispostos a reclamar o precendente, prestes a ser aberto. Quantos se seguirao?! Numa Europa "Unida" que se tenta construir solida e coesa, em que direccao podera ser este "passo"?! Sera' esta luta Nobre ou "Tirana"?!

Links via Atlantico

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sorte? Azar?


Ontem tive um dia especialmente diferente. Foi um dia de “pausa”, de recordar, de redescobrir, de partilhar, de aprender, de reencontrar, de alento, de crescimento.
Foram várias as coisas que aprendi. Destaco, no entanto, apenas algumas que considero importantes sublinhar pois, de algum modo, podem ajudar-me [nos] a encarar a vida de uma maneira diferente.
Aprendi que um Cristão não tem sorte ou azar … Ousaria estender o âmbito desta frase e diria que ninguém se deve prender ou acomodar a momentos que julga de sorte ou de azar. Ao invés, encarar todos os momentos como oportunidades de crescimento. Libertar das emoções passageiras. Pensar e confiar que aquilo que hoje é mau ou menos bom, amanhã, talvez, seja útil, menos mau, melhor, fonte de amadurecimento.
De facto, todos temos momentos difíceis. Caminhos mais longos, mais duros que outros. Todos caímos. Todavia, a diferença está na maneira como encaramos a vida, a atitude que assumimos diante das coisas. Podemos encolher, diminuir e desistir. Ou reerguer, sorrir e continuar com mais força e ânimo. É esta atitude que faz da nossa vida uma vida melhor ou pior e não as circunstâncias externas, que não controlamos.
Por vezes, confundimos circunstâncias adversas com o sentir/estar mal e momentos mais fáceis com o sentir/estar bem. Errado. Quem sabe, procurar este discernimento possa ser um exercício interessante para nos ajudar a viver a vida com uma outra atitude e a alargar o nosso sorriso.
A mesma pessoa contava, em jeito de metáfora, que às vezes precisamos de «ser como a terra»: é preciso cavar, abrir buracos, para depois encher com coisas novas, que com o tempo vão crescer, brotar e dar frutos.
Termino este momento de pausa com uma frase do poeta António Aleixo:
“Olhar por fora é coisa fácil e vão/ Olhar por dentro é que as coisas são.”