Depois de ter assistido a um interessantíssimo debate sobre a Regionalização, achei pertinente dar a conhecer o que aprendi nesse dia. De facto, o primeiro passa para o triunfo da Regionalização não é de maneira nenhuma o referendo mas sim uma alteração da Constituição da República Portuguesa (C.R.P.), uma vez que a norma actual inviabiliza totalmente uma vitória daqueles que se cansaram de ser esquecidos e relegados para quarto ou quinto plano e pretendem ver a sua Região desenvolvida, dignificada e reconhecida. Por outro lado, a norma em causa premeia quem fica em casa.
Vejamos, então, o exemplo:
O n.º actual de eleitores ronda os 8.800.000.
Para que a Regionalização triunfe é preciso, nos termos da C.R.P., que:
a) Votem pelo menos 50% dos eleitores mais um (ou seja, 4.400.001);
b) Que mais de metade destes votem sim (cerca de 2.300.000, por exemplo);
Chegam 2.300.000 votos a favor porque 2.100.001 votaram “não”. Se eles não tivessem votado, se tivessem ficado em casa, não teria havido 50% dos votantes e o referendo não teria êxito. Neste cenário, os adeptos do “sim” precisam da ajuda dos adeptos do “não” para vencer.
Imagine-se que:
Votam 4.400.000 “sins” e ninguém vota contra – ganha o “não” (pois há menos de 50% de votantes)
Votam 4.400.000 “sins” e votam 300.000 “nãos” – continua a ganhar o “não”
Mas se:
Votam 2.300.000 “sins” e votam 2.250.000 “nãos” – já ganha o “sim”.
Qual será a estratégia do “não”? É óbvio: conseguir que um pouco mais de 10% de eleitores fique em casa e assim ganha porque o número de votantes não chega a 50%.
Uma pequena nota: Nas últimas eleições, o PS e o PSD juntos não chegaram a somar 4.400.000 eleitores.
Ainda a respeito deste assunto, a criação das Grandes Áreas Metropolitanas e das Comunidades Urbanas como formas de substituição da Regionalização constitui uma autêntica FRAUDE!
1 comentário:
Ola! Podia ser outro o tema para eu inaugurar os meus comentários a este blog... Mas já que falamos de regionalização - desculpem-me o exacerbado regionalismo - eu voto SIM desde que Braga seja capital!
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