Numa palestra na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, quando não se tem medo de dizer o que se pensa de facto:
“O Estado tem o dever de fornecer educação a qualquer aluno, mas há uma contrapartida: o aluno tem de trabalhar”, afirmou Medina Carreira. (...)Pondo ênfase na falta de empenho de muitos alunos ...
Neste quadro, defendeu, há que desconfiar das taxas de aprovação no ensino, que podem estar a ser artificialmente inflacionadas pela falta de exigência dos professores que tentam desta forma garantir a passagem de ano dos alunos, com a conivência do Estado. “Para o primeiro-ministro, saber não é importante; importante é o certificado”, ironizou.
(...)Comentando o nível dos estudantes universitários, Medina Carreira admitiu até que abdicou da actividade docente por ter deixado de “ter paciência para analfabetos”.
“Isto é um país de anedota”(...) A tudo isto soma-se uma classe política incapaz de fazer reformas e que apenas aguarda o momento certo para “assaltar a máquina do Estado”. Os partidos políticos, defendeu o advogado, estão presos a um regime pouco eficaz e, por isso, assentam as suas campanhas eleitorais em “mentiras”. A partir do segundo ano de Governo começam simplesmente “a preparar a mentira seguinte”.
A solução proposta pelo convidado do NAECUM é simples: uma reforma política que altere o regime semi-presidencialista, transformando-o num presidencialismo do tipo americano, inovando na duração do mandato – “um período mais longo, até seis anos” – e na impossibilidade de recandidatura.
Um regime deste género permitiria, segundo o fiscalista, pôr cobro aos problemas de instabilidade e irresponsabilidade de um sistema bicéfalo e de um ciclo político pensado em horizontes temporais pequenos, muitas vezes encurtados devido às necessidades eleitorais.
Concluindo, e mantendo a toada pessimista, Medina Carreira afirmou acreditar no regresso do proteccionismo à Europa, perante a ameaça asiática. E defendeu que a social-democracia, com “pleno emprego, economia vigorosa e protecção social elevada”, é um mito no século XXI. Neste campo, “os desejos portugueses incidem sobre o impossível”, garantiu."
1 comentário:
São muito claras as opiniões deste senhor.
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