".... Porém, ao mesmo tempo que Angola, suscitava cada vez mais apetites, sendo, a propósito, de relembrar a reacção do Doutor Salazar quando o Ministro do Ultramar de então, o Prof. raul Ventura, lhe levou a novidade do petróleo angolano - mais ou menos isto: «Petróleo em Angola! Só me faltava mais essa!» Salazar era, na verdade, um homem lúcido! Fechado, porventura desfasado, mas lúcido. E português.
Escusado será relembrar que os auto-promovidos e impreparados dirigentes dos territórios de influência portuguesa, entre a ruptura e o "jogo" de uma evolução no imediato federalista, obviamente que, bem manipulados pela União Soviética e pelas doutrinas de kennedy, escolheriam a primeira via.
Os resultados viriam a seguir em curto tempo histórico. Eclodiria o 25 de Abril e tudo o que lhe foi inerente: a entrega gratuita, e sem mais, dos labores seculares do País. E, na parte africana, seguir-se-iam os genocídios tribais, guerras prolongadas e sangrentas, tudo ocupando pouco menos de 30 anos.
(...) Independência, independência efectiva o que é? Diz-nos, em Editorial, o semanário moçambicano "Savana": «Ser independente e soberano não significa somente ter uma bandeira, um escudo e um Presidente. É muito mais do que isso. Significa, em primeiro lugar, estar livre da fome e de outros males que a miséria carrega dentro de si. Significa habitação condigna, viver em ambiente limpo, ter acesso livre a cuidados médicos e à educação, ter a liberdade de escolha e de expressar livremente os seus pensamentos sem receio de represálias»."
M. de Santos Loureiro, "O dossier Guerra de Joaquim Furtado (2)", in Diário do Minho, 14 Novembro 2007
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