quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Alguém precisa de um rótulo? Tenho aqui uns a sobrar ...


Parece-me precipitado que se classifique o habitante da aldeia X, da vila Z ou da cidade Y como tendo uma mentalidade retrógrada. Que, aliás, se diga que não estão reunidas as condições mínimas de existência nesses locais. No mínimo, ridículo

É, sem dúvida, importante que as infra-estruturas e acessos das aldeias evoluam e permitam mais e melhor qualidade de vida.
No entanto, não devemos, nem podemos rotular esses locais de: "o pior sítio do mundo" ou afirmar desaforadamente que os seus habitantes são: "atrasados (...) que passam a vida a falar dos outros".
Respeitem-se as diferenças, as pessoas e os seus modos de vida.

5 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo, sem reservas, a opinião do autor acima citado. Acho que só peca por não se estender às freguesias de outros concelhos: o de Famalicão, por exemplo?

Helena Antunes disse...

Caro Aristotélico,

Não sei se leu somente o que aqui foi transcrito do meu blog ou se leu o texto integral. Se não, aconselho a fazê-lo, assim como os meus comentários. Lá também falo do mesmo modo do concelho de Santo Tirso.
Quanto ao concelho de Famalicão não falei, mas poderei agora dizer-lhe que parece-me que se passa exactamente o mesmo. Tenho conhecido algumas freguesias do concelho de Famalicão, mais concretamente Gavião, Louro, Mouquim, onde assisti precisamente aquilo que refiro para as freguesias de Santo Tirso ou Guimarães.
A mim preocupa-me estas graves disparidades da cidade-concelho em comparação com as suas freguesias. Infelizmente o planeamento e ordenamento do território, assim como o crescimento económico e desenvolvimento, são pensados para a cidade enquanto as freguesias e suas populações são esquecidas.
Não sei se reside em Famalicão e até terá algo mais a acrescentar!

Daqui mando-lhe cumprimentos!

Helena Antunes

Tiago Laranjeiro disse...

Cara Helena, concordo contigo em parte, pela falta de atenção que muitas vezes as autarquias votam às freguesias mais "periféricas". Infelizmente, essa é uma situação que se vem acentuando, em particular, em Guimarães, agora com a Capital Europeia da Cultura. Até agora, todas as propostas camarárias vão no sentido da valorização do espaço da cidade, esquecendo o concelho. Certo que, para termos sucesso nesta empreitada cultureira, temos que nos concentrar naquilo que temos de mais avançado: a cidade em si. Mas não faz sentido a disparidade de níveis de desenvolvimento entre o centro urbano (que em Guimarães congrega, apenas, cerca de 1/3 da população do concelho) e a "periferia".

Ainda assim, há que pensar num modelo de desenvolvimento próprio, pois não se pretende (eu pelo menos não) que as freguesias rurais ou menos urbanizadas se desenvolvam como a cidade ou as vilas. E a ruralidade não é, necessariamente, negativa! Quantas oportunidades poderão vir a surgir para as freguesias "periféricas" de Guimarães, que ainda são das mais jovens do país e da Europa...

HMAG disse...

"Quantas oportunidades poderão vir a surgir para as freguesias "periféricas" de Guimarães, que ainda são das mais jovens do país e da Europa..."

Acho que e' precisamente neste ponto que essas freguesia carecem de atencao. Nao devemos pensar em "importar modelos de vizinhanca ou costumes", mas sim em aproveitar as potencialidades destas terras, destas gentes e do seu modo de vida!

Tiago Laranjeiro disse...

Sem dúvida nenhuma! Concordo plenamente!