domingo, 29 de janeiro de 2006

E ainda a propósito de D. Sebastião...

O QUINTO IMPÉRIO
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!

Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz -
Ter por vida a sepultura.

Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!

E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.

Grécia, Roma, Cristandade,
Europa — os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?
Dedico este poema a todos aqueles que acreditam que Ele não é um mero mito, só mais um que nós portugueses encontrámos para justificar o nosso descure, a nossa inércia e desresponsabilidade… Não!
Ele é e representa a coragem, o incentivo e a força que deve (re)surgir dentro de nós, para que no final do caminho o balanço da nossa vida tenha valido pena (e terá valido a pena se a alma não for pequena)!
Como ele sonhou um dia que podíamos ser maiores, também nós podemos não só sonhar e, da mesma forma que El-Rei, igualmente partir… “Da lareira abandonar” a árida comodidade e a suposta e improfícua segurança!
Guardar os sonhos nas “traseiras de todos os dias” é temer a morte e não saber viver!
Cada um de nós pode tornar Portugal Maior! Não será o PR sozinho que o vai conseguir fazer! Urge afastar este nevoeiro que se abateu sobre os portugueses… e, para isso, todos
temos que fazer nascer dentro de nós D. Sebastião!

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