quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

[Amor]

O agape e o eros
Ao amor que nasce involuntariamente entre o homem e a mulher, a Grécia antiga deu o nome de eros. Segundo Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria censurado e rejeitado este amor... Mas será verdade?
Para os gregos, o eros significava o inebriamento, a subjugação da razão que "arranca o homem das limitações da sua existência...." Para o cristianismo, o eros necessita de um amadurecimento, "para dar ao homem, não o prazer de um instante", mas a real dimensão e grandeza deste sentimento que, para além de um trabalho de disciplina ou purificação, implica a recusa de muitas subversões do amor. "O eros degradado a puro «sexo» torna-se mercadoria, torna-se simplesmente uma «coisa» que se pode comprar e vender..."
Então, como deve ser vivido plenamente o amor?
É neste contexto que surge o agape, uma palavra que se pode encontrar num dos livros do Antigo Testamento.
O agape exprime "a experiência do amor que agora se torna verdadeiramente descoberta do outro, superando assim o carácter egoísta que antes claramente prevalecia. Agora o amor torna-se cuidado do outro e pelo outro. Já não se busca a si próprio, não busca a imersão no inebriamento da felicidade; procura, ao invés, o bem do amado: torna-se renúncia, está disposto ao sacrifício, antes procura-o."
O eros e o agape podem parecer duas concepções antagónicas mas na realidade não o são. Estes dois conceitos nunca se deixam separar completamente: embora o eros seja inicialmente "a fascinação pela grande promessa de felicidade – depois, à medida que se aproxima do outro, far-se-á cada vez menos perguntas sobre si próprio, procurará sempre mais a felicidade do outro, preocupar-se-á cada vez mais dele, doar-se-á e desejará «existir para» o outro. Assim se insere nele o momento da agape, caso contrário, o eros decai e perde mesmo a sua natureza."
Quando as duas dimensões se demarcam integralmente uma da outra “surge uma caricatura ou, de qualquer modo, uma forma redutiva do amor."
[A propósito da Encíclica Deus Caritas est]
Uma importante lição sobre o amor, sobretudo nos tempos que correm, dada por um Papa que muitos não reconhecem e vêem como um homem frio e até mesmo despojado de sentimentos.

8 comentários:

de la Serna disse...

spsm, sem comentários senão este teu post certamente iria ter mais de 50 comentários sem nunca ceder em nada...principalmente acerca dessa "dama" tão veemente defendida que é o Papa Bento XVI

Sónia Monteiro disse...

Caro jamc, não sei se teve oportunidade de ler a Encíclica mas pelo que acabo de ver no seu comment, depreendo imediatamente que se exprimiu sem conhecimento de causa. Contextualize-se!

Pedro Teles disse...

Cara SPSM, JAMC não falou da enciclica, mas sim do autor da enciclica, é um bocadinho diferente.

de la Serna disse...

Mais uma vez spsm, cais no erro de me atacar sem saberes porquê, por isso continuo a manter as afirmações do 1º comment. Quem é um homem da Igreja para dizer o que fôr acerca do amor entre homem e mulher, eles recusam-no a viver...
Já leste também a posição da Igreja acerca da homossexualidade defendida por este papa?

Anónimo disse...

Esta papa é a pior "coisa" que habitou o Vaticano nestes últimos anos.

Agora deu-lhe para se expressar em relação ao amor entre um homem e uma mulher, qualquer dia estamos a discutir posições com este sábio da arte do amor.

Sónia Monteiro disse...

O Cristianismo ensina-nos muito acerca do Amor.... (lê a encíclica e vais ver que é verdade)

Anónimo disse...

Não é um texto que me vai ensinar o que é o amor entre um homem e uma mulher, senão lia todas as secções de consultórios sentimentais das revistas da "especialididade". Vou ver se aprendo o que ele é amando...

Anónimo disse...

Eu ouvi dizer que o próximo papa que ia ser negro... pelo menos prós lados de braga! eheheheheheh