domingo, 5 de março de 2006

Co- incineração - o Regresso!

[Alguns pontos de interrogação]

1. Com a adopção dos Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER) existem as condições para que a maior parte do lixo seja tratado apropriadamente sem graves problemas para a saúde pública, assim como sem recurso à incineração.
Se assim é, porque não apostar, essencialmente, na conclusão dos CIRVER?

2. Menos de 10% dos resíduos perigosos produzidos em Portugal não poderão ter outro destino senão a queima.
Será que estes 10% justificam a persistência do ex-Ministro do Ambiente e agora Primeiro Ministro?
3. A Comissão Científica Independente, reactivada pelo governo socialista logo que tomou posse, vem dizer que “as cimenteiras actuais são uma fonte irrelevante de dioxinas, quer a laborar com combustível normal quer co-incinerando resíduos, urbanos ou industriais, banais ou perigosos”.
A queima de lixos urbanos, sobretudo quando estes são perigosos, é ainda hoje uma das mais fortes fontes de produção de dioxinas. Por outro lado, o passado das cimenteiras em Portugal é “pouco limpo”!
Apesar de não ter nenhum conhecimento científico nesta área e apesar de se tratar de um parecer de um comissão dita científica e independente, não poderia deixar de ousar questionar se será assim tão irrelevante co-incinerar resíduos industriais perigosos?!

3. Porquê a escolha destas duas cimenteiras? Sendo que uma delas se situa num parque natural, já de si muito mal tratado; e a outra, segundo um estudo (também dito imparcial) da Administração Regional de Saúde do Centro, trata-se de uma localidade onde já há prevalência de doenças respiratórias, tumorais e cardíacas muito superior à do resto da região centro.

2 comentários:

Pedro Teles disse...

Porque comem os comunistas criancinhas ao pequeno almoço?

Esta foi a pergunta que me veio logo que li este post. Cara sónia se uma comissão independente composta por elementos de reconhecido mérito académico e profissional conclui que a co-inceneração é uma boa solução porque n se deve avançar para ela?

Sabe noutros país já é feita e n consta que estes sejam mais poluídos do que Portugal. Antes pelo contrario.

Quanto à escolha das cimenteiras, so me falta ouvir dizer que leu no independente que os terrenos ao lado pertenceu a X ou a Y.

de la Serna disse...

Subscrevo totalmente, Pedro Teles.
Veja-se o caso da Bélgica, adoptou a co-incineração e não é por isso que se registou um aumento das doenças nos locais em que esta foi implementada. Pelo contrário, um sítio que até então se dedicava totalmente à indústria cimenteira e que a população registava ano após ano índices de abandono relativamente elevados do local, voltou a ser um lugar onde as famílias tornaram a assentar arraiais.
Agora Sónia, quem sou eu ou tu para questionar uma comissão que de certeza percebe muito mais do assunto que nós?
No entanto já sou homem suficientemente capacitado intelectualmente para me questionar do oportunismo político que certas e determinadas pessoas se tentaram apoderar e continuam a apoderar da situação.